10 de set. de 2018

Eu nunca perdi o prazer

Alguém me falou há muito tempo no cais
Que há uma leve  calmaria antes da tempestade
Eu sei, já estou na labuta há algum tempo
Dizem que  ela vai  terminar

Trabalhando na estiva noite e dia
Eu nunca perdi o prazer
Limpei muitos porões com água no tornozelo
Desbastei muitas barreiras das sarretas
Mas eu nunca vi o lado negativo do cais

Eu sou  afilhado,filho ,sobrinho e primo de estivador
Até onde consigo me lembrar
A estiva continua lutando
Bons Homens  através das gerações
Movimentam o cais
Da banana e suas cobras
Dos viradores de suco
Das pedras no balde
Da moleza do agueiro

Trabalhando na estiva noite e dia
Eu nunca perdi o prazer
Subi e desci muitas rampas
Sinalizei para vários guincheiros
Mas eu nunca vi o lado negativo do cais

Do homem  chorar,no fora de boca
Perder o foco e ter de matar o balanço
De desapear de terra a mar 
De  apear dobrado no conteiner 
Num terminal mecanizado 
Mas com inexatidão automatizada 

O melhor de tudo 
E ter aprendido  isso rápido é melhor  ainda jovem

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