3 de fev. de 2020

Dividir os estivadores para precarizar a muralha

Na disputa laboral, dividir para conquistar, consiste em ganhar o controle dos portos  através da fragmentação das maiores concentrações de dignidade, impedindo que se mantenham coletivamente. O conceito refere-se a uma estratégia que tenta romper as estruturas sociais existentes e não deixar que grupos menores se juntem.
Maquiavel cita uma estratégia militar parecida no livro IV de A Arte da Guerra, dizendo que um capitão deve se esforçar ao máximo para dividir as forças do inimigo, seja fazendo-o desconfiar dos homens que confiava antes ou dando-lhe motivos para separar suas forças, enfraquecendo-as.

Os membros da Direção da AETPL, os quais representam o Grupo YILPORT e o TMB – Terminal Multiusos do Beato, propôs redução salarial aos estivadores de Lisboa .
A AETPL tem tido um procedimento operacional de gerenciamento danosa, iniciada há 17 meses, cresceu o olho nas moedas do bolso dos estivadores, com salários pagos em prestação, tirando benefícios financeiros diretos, lucrando com os custos reais do trabalho.

Como é de notório saber os estivadores no Porto de Lisboa, se preparam para combater o cerco de Lisboa, acionando, civil e criminalmente, os membros da Direção da AETPL e os  clientes da mesma, pelo fato de terem permitido  precarizar o soldo para lucrar. Agora não estão dispostos a devolver o devido do pagamento dos custos reais do trabalho (não há aumento real de ganho há mais de 25 anos, sem verificar os valores da chamada fatura portuária).

Foi utilizado por César (divide et impera), Filipe II, Napoleão, Aulo Gabínio e Luís XI.
Na atualidade o conceito é uma estratégia de ação do mercado na economia para obter o máximo de lucro.
No dia 31 de Janeiro, último dia útil antes do início do movimento social, a Operestiva convocou os seus estivadores  num chorrilho de mentiras que, numa iniciativa de claro terrorismo laboral, proferiram no seu covil de lavagem cerebral na tentativa de coaptação dos estivadores.

Pelas piores razões, numa clara tentativa de divisão entre ss carteiras pretas e os bagrinhos do porto, parte de um plano de intoxicação do câncer do individualismo, cada um por si e deus por todos. Como se torna perceptível, o grupo Yilport, que comanda a Operestiva e detêm a 100% a empresa de estiva Sadoport, não quer que o trabalho existente no porto de Setúbal seja, distribuído de forma equitativa, e assim aconteça que os bagrinhos que ainda se mantêm com vínculo precário no porto de Setúbal consigam provar a regularidade da sua utilização diária e, por consequência, consigam conquistar o direito a um contrato sem termo e a uma vida digna e mais tranquila.

O grupo turco Yilport, têm como objetivo conseguir vantagens econômicas à custa da precariedade abusiva, nem que para tal promovam a desestabilização total dos portos portugueses ao criarem condições para um ambiente propício à instauração de uma autêntica guerra civil contra quem apenas quer trabalhar em condições dignas.

Ao tentar  selecionar um  conjunto de trabalhadores que passaram a contrato sem termo e, por exclusão, a definir a lista daqueles que – alguns há mais de 20 anos – vão ficar a ver navio ou sem o seu sagrado direito de fazer lingada.

A luta na muralha  mostra que a semente que foi plantada em outros portos ,no outro lado do Atlântico, esta sendo combatida com união, a individualidade marcante da cultura do  jeitinho, que foi ventilada pelos turcos e fortemente rechaçada pelos estivadores portugueses. Que neste momento representam a luta coletiva clássica da estiva mundial. 
E este espirito que os empresários portuários querem enterrar nos portos mundiais .
Em resposta  estivadores do Porto de Setúbal entram em uma paralisação social, cruzando os braços,nas horas extraordinárias, durante duas semanas.


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