Num entra e sai
O escuro ficou claro
A carga saiu grabada a grabada.
Sobrando somente o piso vermelho.
Que brilha no reflexo da luz da lua.
Volto ao convés com a certeza.
Do dever cumprido
Queixo das minhas costas
Mas elas não falam
Nada que uma massagem da dona da saboneteira.
Voltou através da perimetral para o meu destino.
Indo para casa para minha família.
Com o dever cumprido
Os porões não falam
Nas expressões de cada carga
Nos porões ímpares a presa e a emoção.
Nos pares a atenção e a segurança.
Mas em todos eu me atirei.
Onde eu me sinto inteiro.
São essas cores que eu preciso.
O grabe passando e a barreira chorando.
A sinfonia das picaretas na sarreta
E as bacias de luz dando o foco.
Demarcado o boteco da luz vermelha.
Remendo sem se distrair
Esperando o agulheiro ser útil.
Nado com sua carga
Sem anunciar a hora de parar.
Prestando atenção no bale do grabe e no samba da comissão de
frente.
E na hora da saída do porão.
E no teu agulheiro.
Admiro o que fiz em pouco tempo.
Neste quadro de cores
Aprecio o abismo de ferro.
Por esta memória é que me guio.
Na esperança de amanhã
Nadar nas tuas cores.
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