Um dos grandes obstáculos conhecidos na beira do cais de nosso país, não é o trabalhador portuário avulso e nem o cais público é a deficiência na infraestrutura de acesso aos Municípios portuários, que muitas vezes, têm suas pranchas operacionais comprometidas pela falta de investimentos nestas facetas logísticas que impulsionam o porto.
A partir disso, não é a desestatização da autoridade
portuária o grande eldorado para atender as demandas e expectativas da
comunidade portuária, onde seus trabalhadores necessitam que o Estado lhe
proporcione uma infraestrutura para as várias facetas da logística, com o
objetivo precípuo de melhorar a massa salarial.
Atos de desrespeito social atracaram nos portos, arrendando
terminais em 2016 avançando a escalada de precarização branca, desafiando a
massa salarial, a cultura dos trabalhadores portuários avulsos e a
sociabilidade da comunidade do entorno dos portos. Com a simpatia dos
funcionários públicos, pois, estes abriram mãos de valores que transcendem a
sua obrigação social.
Após Lula assumir, em 1º de janeiro de 2023, os estivadores
solicitam que o respeito social atraque nos portos brasileiros e a embarcação
da precarização da gestão da mão de obra desatraque e leve com ela seus
defensores.
As Chagas.
A poligonal de um porto é um desenho geométrico, que indica
o limite geográfico da área do porto organizado. Esta área compreende os
acessos terrestres e aquáticos, as instalações portuárias, infraestrutura de
proteção à atividade portuária e a sociabilidade da profissão do trabalho
portuário no Brasil.
Toda vez que o Porto Organizado tem uma nova Poligonal, definida
sem nenhuma surpresa, os sinais de fumaça são sentidos primeiramente pelos
trabalhadores portuários avulsos e em segundo plano, pelo comércio do entorno
dos terminais portuários.
Mas, aparentemente, os funcionários públicos no processo e
no projeto; não consideram a magnitude das modificações na complexa cultura
portuária.
Aliás, mais que uma interpretação, esse foi justamente o
fundamento que demostra a redução da massa salarial portuária. Demostrando que
os órgãos públicos ligados aos portos somente proporcionam visões estratégicas
e táticas para o acúmulo de capital aos empresários.
O profissional portuário presta serviço onde existir um
cais, ou onde uma embarcação realizar embarque e descarga de mercadorias, ou
cargas, tendo a denominação de TUP ou de porto organizado.
Há os que, todavia questionam essa característica do
trabalho portuário (ao menos tempo não questionam a obrigatoriedade de ser trabalhador
da OAB para representá-los nos fóruns ou de trabalhador com CRM para tratá-los
em hospitais no território brasileiro), visto que as empresas e consultorias,
que patrocinam tal convicção, não trabalham com amadores liberais em seus
quadros técnicos. Então esta contrariedade nas premissas dos projetos
portuários assumidos pelos órgãos e empresas públicas e privadas: devem ser
esclarecidas!
E preciso regularizar a situação de precariedade na gestão
da mão de obra nas áreas operacionais portuárias. Em alguns portos se deslumbra
e compreende-se um lapso temporal, pois, nunca realizaram nenhuma seleção
(concurso) para ingresso a inscrição no OGMO local. Se tornando de suma
importância os detalhamentos das razões que culminaram na não realização de
processo de seleção ou concurso público de mão de obra. Modelo este que foi
introduzido a pedido dos empresários e dos funcionários públicos ocupantes de
cargos que fiscalizavam a atividade portuária, demostrando que este modelo, não
faz o compadrio como força de manobra. Contrariando o que se tinha antes a lei
8630/1993 e após a referida lei, a manobra do jeitinho brasileiro foi
transferido do trabalho para o capital.
Por isso deve se promover uma análise crítica sobre os
aspectos positivos e negativos decorrentes da gestão dos OGMOs, e dos
operadores portuários seus reais responsáveis, no Brasil e dos órgãos públicos
que os fiscaliza.
Solicitamos que a recondução da Secretaria Especial de
Portos, que nesta repartição com estatutos de ministério, não seja ocupada por
defensores do livre mercado. A outra e a fusão sindical na beira do cais,
tornando os trabalhadores portuários avulsos, de bloco, capatazia,
concertadores, conferentes e estiva em apenas um sindicato..
Meus parabéns pelo seu estudo e pela sua capacidade de lutar sempre a favor das categorias portuárias e agora como membro da comissão de prevenção de acidente de trabalho sua voz e suas atitudes terão mais força
ResponderExcluir