Trabalhadores portuários do porto do Rio de Janeiro cruzarão
aos braços por uma hora. O movimento social por dignidade ocorrera nesta
quarta-feira, 9/8 contra a exclusão dos trabalhadores em eventos
promovidos por entidades empresariais do setor, que tratam inclusive da
intenção em realizar alterações na legislação portuária.
De acordo com manifesto assinado na última sexta-feira (28) por 73 representantes de sindicatos que defendem os profissionais do setor, quando alguma entidade laboral é convidada a participar destes encontros, não é concedido a ela o direito ao contraditório.
A nota avalia, ainda, que em reuniões assim, via de regra, a
pauta gira em torno de interesses particulares. Esta situação é observada
quando juízes, desembargadores e ministros de Estado são convidados a
proferirem palestras sobre assuntos que coincidem com temas defendidos pelos
empresários.
Os sindicalistas alertam para o fato de estes eventos estarem sendo realizados com o intuito de se criar jurisprudência e subsídios para processos que venham a defender alterações na legislação portuária e redução de direitos trabalhistas no setor.
Esses eventos têm participação dos Órgãos Gestores de Mão de
Obra (OGMOs), de seccionais da OAB, de feiras empresariais, advogados patronais
e autoridades do Poder Judiciário do Trabalho, mas não têm representantes dos
trabalhadores e nem de acadêmicos que possuem pesquisas que contrariam as
convicções defendidas pelos empresários do setor.
Os portuários acreditam que o
objetivo desses eventos, "salvo melhor juízo", é o de "criar
doutrinas a serem utilizadas para formar jurisprudência judicial e até mesmo
para servir de subsídios em processos de alteração da legislação portuária, com
a finalidade de reduzir ou eliminar direitos e conquistas dos trabalhadores dos
portos, fragilizando seus sindicatos e liberalizando a mão de obra para
aumentar o lucro das empresas e operadoras portuárias, bem como criando óbice a
cumprimento do Tratado Internacional ratificado pelo Brasil (a exemplo da
Convenção 137 da OIT)", práticas que consideram "drasticamente
impiedosas com os trabalhadores e suas famílias".
Segundo a nota de protesto, "as participações especiais de juízes, desembargadores e de ministros são, em geral, estrategicamente direcionadas a proferir palestras 'coincidentemente' em defesa de posições desses empresários, referentes a assuntos em pauta na Justiça do Trabalho, notadamente, contra a chamada 'exclusividade' para contratação de trabalhadores avulsos a vínculo empregatício, sobre 'adicional de risco', 'multifuncionalidade' e a confirmação de autonomia ilegal e inconstitucional ao OGMO para baixar regras, inclusive de escalação na vacância de instrumento coletivo de trabalho sem a participação (...) dos sindicatos, bem como sobre alteração da legislação portuária referente a dispositivos que favorecem aos trabalhadores do porto".
É hora de preparar para demostrar o contraditório e convocar
o governo federal para se juntar aos trabalhadores portuários contra a
convicção empresarial que precariza dos portos e contamina a responsabilidade
social de parte dos funcionários públicos. Essa é a tarefa que deve ser
assumida pela comunidade portuária brasileira. Não podemos mais esperar!
Fique atento(a) aos horários da paralisação no Rio de
Janeiro.
Amanhã no dia 09/08/2023 (quarta-feira), conforme
deliberação das três Federações FNP, FNE e FENCCOVIB, através de plenária
nacional na Capital, em 28 de junho de 2023, realizaremos nos portos do Rio de
Janeiro manifestação na primeira hora do turno da manhã.
A nossa programação será:
Na Sede do Porto do Rio - Av. Rodrigues Alves 20 e no Portão
24 das 7:00 às 8:00h
No Porto de Niterói - Portão de acesso ao Porto das 7:00 às
8:00h
No Porto de Angra - Portão de acesso ao Porto das 7:00 às
8:00h
No Porto de Itaguaí – Portão de acesso ao Porto das 8:00 às
9:00h
PAUTA
1 – Pela Revogação da Portaria nº 84 que viabiliza
terceirização da Guarda Portuária;
2 – Pelo pagamento da dívida das patrocinadoras ao Portus;
3 – Pela manutenção da exclusividade dos Trabalhadores
Portuários Avulsos;
4 – Pela abertura de cadastro para novos Trabalhadores
Portuários Avulsos no OGMO RJ.
5 Pelo respeito a cultura
profissional portuária.
Impor uma convicção que tira a dignidade social e econômica
de uma família, não se negocia e quem tentar fazer isso estará traindo a classe
portuária brasileira.
Mais quais são os desafios contemporâneos dos trabalhadores
portuários brasileiros. E ler e assistir em eventos sobre sua atividade
profissional, uma utopia bem distante de sua realidade, ou esta e a realidade
de quem vê de seus escritórios a beira do cais. A imposição desta convicção
penaliza ainda mais os trabalhadores portuários e só beneficia os
precarizadores.
Esta uma hora e somente o primeiro passo de vários quilômetros a serem percorridos cobrando responsabilidade social de quem diz que os trabalhadores portuários avulsos reclamam de boca cheia, reclamando com pedidos improcedentes. A busca por respeito iniciou se na relação entre tpas nas redes sociais e destes debates surgiram dúvidas reclamações e anseios que mobilizaram as direções.
Em todo esse processo é possível comprovar a disposição dos
trabalhadores portuários e da comunidade portuária para enfrentar esta reforma
judiciaria empresarial.
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