A propaganda e o real custo Brasil
A ineficiência dos portos brasileiros chegou ao auge na década de 90.
A ineficiência dos portos brasileiros chegou ao auge na década de 90.
Eram terminais marcados pela inoperância administrativa, equipamentos sucateados,preços absurdos no âmbito mundial e uma mão-de-obra excessiva para aquele momento de vacas magras.Essa realidade foi decisiva para o chamado “Custo Brasil”.
A Lei 8.630/93 buscou, caso a caso, combater esses males pela raiz :fomentou os arrendamentos (aproveitando a onda das privatizações),a fim de que a iniciativa privada investisse em equipamentos e alcançasse padrões de competitividade mais atrativos; criou também o incentivo financeiro para desligamento dos avulsos (inspirada pelos PDV´s em voga naqueles tempos).
Era uma forma de enxugar o quadro dos trabalhadores adequando-o à realidade.
A assunção dos terminais pela iniciativa privada, salvo trancos e barrancos,foi extremamente positiva.
Os portos, de fato, passaram a ter outro perfil.
O afastamento das falidas Companhias Docas das operações portuárias,foi um grande alívio para todos (inclusive para elas próprias).Aos poucos, os portos brasileiros foram ganhando contornos globalizados e custos operacionais bem mais adequados ao multimodalismo internacional.
Mas e a mão-de-obra? No primeiro momento, os sindicatos fizeram oposição às inovações.
Deflagraram guerra à indenização para desligamento.Porém, o trabalho na beira da praia já não era o mesmo...Os portuários das diversas categorias venceram a resistência de suas lideranças e foram aderindo à política de desligamento.Os que ficaram ganharam direito a acomodações dignas nos recém criados OGMO´s.Locais de escalação com dormitório, lavatórios, equipamentos de proteção individual, cursos de habilitação e reciclagem, etc...
A remuneração que já era considerada elevada foi defasando, e aos poucos chegando mais próxima da realidade (embora ainda seja considerada alta para os padrões salariais brasileiros e nos comparativos internacionais).Todavia, agora o bolo passava a ser dividido em menos fatias...
Os portos, de fato, passaram a ter outro perfil.
O afastamento das falidas Companhias Docas das operações portuárias,foi um grande alívio para todos (inclusive para elas próprias).Aos poucos, os portos brasileiros foram ganhando contornos globalizados e custos operacionais bem mais adequados ao multimodalismo internacional.
Mas e a mão-de-obra? No primeiro momento, os sindicatos fizeram oposição às inovações.
Deflagraram guerra à indenização para desligamento.Porém, o trabalho na beira da praia já não era o mesmo...Os portuários das diversas categorias venceram a resistência de suas lideranças e foram aderindo à política de desligamento.Os que ficaram ganharam direito a acomodações dignas nos recém criados OGMO´s.Locais de escalação com dormitório, lavatórios, equipamentos de proteção individual, cursos de habilitação e reciclagem, etc...
A remuneração que já era considerada elevada foi defasando, e aos poucos chegando mais próxima da realidade (embora ainda seja considerada alta para os padrões salariais brasileiros e nos comparativos internacionais).Todavia, agora o bolo passava a ser dividido em menos fatias...
Os que aderiram ao “PDV”, independentemente da idade, não receberam das autoridades qualquer suporte. Nem requalificação profissional, para tornar um estivador em conferente,operador de DESCARREGADOR DE GRANEL ,RTG E PORTEINER nem orientação psicológica ou financeira.
Na época, levaram para casa valores insuficientes para sua subsistência futura (até porque a indenização não considerava a expectativa de vida de cada trabalhador).
A estatística que me foi apresentada por uma aluna durante a elaboração de sua tese de pós-graduação sobre o perfil dos portuários indenizados, 16 anos após a edição da Lei de Modernização dos Portos, revela uma tragédia humana: 100% não conseguiram se manter com a verba indenizatória; 52% encontram-se desempregados ou vivendo de subempregos.
A estatística que me foi apresentada por uma aluna durante a elaboração de sua tese de pós-graduação sobre o perfil dos portuários indenizados, 16 anos após a edição da Lei de Modernização dos Portos, revela uma tragédia humana: 100% não conseguiram se manter com a verba indenizatória; 52% encontram-se desempregados ou vivendo de subempregos.
9,5% adquiriram patologias graves ou morreram. 7% desenvolveram doenças como alcoolismo, síndrome do pânico e depressão. 83% se arrependeram do desligamento.
Os que permaneceram na ativa, sejam eles cadastrados ou registrados, enfrentam hoje a concorrência da mão-de-obra própria. Que, por incrível que pareça, mesmo com carteira assinada e todos os benefícios, ainda é mais atrativa aos empresários do que o trabalho avulso.
É difícil compreender que em uma atividade tipicamente sazonal como a dos portos,seja mais interessante manter o custo fixo com mão-de-obra celetista,do que requisitar avulsos apenas nos momentos de demanda.Contudo, as distorções no passado foram tantas e tão grandes,que hoje cabe aos trabalhadores conviver com essa dicotomia.Seja por interesses políticos, desmandos administrativos ou intransigência (de parte a parte),o fato é que cabe aos Entes envolvidos resolver essa incongruência.As autoridades, o empresariado e os sindicatos precisam chegar a um consenso para que se viabilize o trabalho portuário.
Claro, não com politicagem, nem com irresponsabilidade,mas em padrões modernos, livre dos ranços do passado.Antes que todos juntos matem a ”galinha dos ovos de ouro”.
Fonte Net Marinha
Buscando os numeros na historia portuaria do cais santista .
O trabalhador foi o vilão que lutava por seu destino e futuro .
O governo por sua autoridade Portuario foi Pilatos .
E os Operadores Portuarios tornaram-se os donos da verdade .
Onde a modernidade era a chave para a precarização social da cidade do maior porto do Brasil.
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