6 de jan. de 2012

O jeitinho brazuca nos portos


Carência de profissionais provoca queda de salários
O número de vagas no setor portuário de Santos vem aumentando, mas a falta de qualificação de mão de obra deprime os salários. A conclusão integra trabalho inédito do economista e professor da Faculdade de Tecnologia de Praia Grande (Fatec), João Carlos Gomes.
Ele analisou o período de 12 meses entre julho de 2007 e julho de 2008 para a faixa etária de 18 a 24 anos. A escolha do intervalo deve-se ao alto crescimento do PIB no período (5,1%), um bom cenário para a empregabilidade.No período foram criadas 811 vagas para 16 funções relacionadas direta ou indiretamente à atividade portuária em Santos, mas a média salarial dos admitidos caiu 10% em relação à dos desligados no intervalo. "Como a oferta de mão de obra não tinha o nível de qualificação necessário, o mercado contratou a disponível por um valor menor", afirma Gomes.
Salta aos olhos a flutuação na atividade de carga e descarga. Apesar de saldo de 34 vagas entre desligados e admitidos, a média salarial caiu 43,2%, com as contratações ficando em R$ 917,55 ante R$ 1.617,14 dos desligados.
As atividades que registraram o maior crescimento de postos de trabalho foram o transporte rodoviário de cargas (296 postos) e o agenciamento marítimo (152 postos).
Juntas, responderam por mais da metade das 811 vagas criadas. Mas ambas tiveram queda salarial.
Um dos profissionais mais procurados pelos terminais, o caminhoneiro é hoje um ser em extinção no porto de Santos. "Esse tipo de profissional tem carga hereditária, é uma atividade que geralmente vem de pai para filho. E outras funções se tornaram mais atraentes ao exigirem níveis menores de desgaste", afirma o diretor de RH da Santos Brasil, Alcino Terezo Jr.
Para ele, o problema da formação não está tanto na graduação, "que já acordou para isso", mas nos cursos técnicos. "Precisamos mais oferta de tecnólogos".
O professor afirma que, dada a retração do PIB neste ano, o cenário de depreciação salarial deve se reproduzir. Preliminarmente, a pesquisa aponta queda de 2,9% no salário médio dos admitidos frente ao dos desligados entre setembro de 2010 e setembro de 2011.
O Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo), criado pela Lei dos Portos para administrar e fornecer profissionais treinados nos portos, escala trabalhadores ligados a dez sindicatos.
De acordo com a assessoria de imprensa, cada trabalhador tem hoje em média 22 oportunidades de trabalho por mês, o que considera ideal. "Atualmente, o quadro está bem ajustado ao crescimento da movimentação, com cerca de 4,5 mil trabalhadores avulsos ativos, em média".
Para termos de comparação, em 2009 eram em torno de 19 oportunidades/mês para cada trabalhador. Já em 2010 chegou-se a 22 oportunidades/mês.
A expectativa para 2012 é manter o número.
Sobre como a instituição está se preparando para as novas demandas, o Ogmo afirma "não conhecer estas demandas, o nível de automação e nem os instrumentos coletivos desses novos terminais. Eles já nos procuraram, disseram que querem trabalhar com a nossa mão de obra, mas não temos detalhes".
Fonte Valor
No tocante as funções o mais intrigante são as novas denominações assistente de operação de pátio 1 e 2 ,auxiliar de operação portuária ,operador de equipamentos 1 e 2 e operador de maquina pesada.
Com menores salários o condutor de container foi a função que teve a maior redução salarial nos terminais especializados isso explica a busca por novos trabalhadores.
No tocante ao OGMO infelizmente e assim que o órgão criado para solucionar os problemas culturais e organizacionais dos avulsos se situa.
Mas tudo isso que esta sendo relatado não ocorreria  se a Autoridade Portuaria do porto organizado cobra-se a aplicação da convenção 137 e da resoluço 145 da Organização internacional do Trabalho OIT pelos operadores portuarios .Há uma duvida ,onde se encontra este nível de automação no setor portuáriose nas terras tupiniquins do norte ao sul não possuímos portos automatizados nem semi automatizados .

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