22 de mar. de 2012

Requião combate a privatização dos Portos II

Requião combate a privatização dos portos do País


DCI – O Eike Batista tem interesse nessa privatização?

RR – Ele tem um porto, o porto dele não pode funcionar porque não tem carga, ele quer colocar o porto dele concorrendo com um porto público. O problema não é a concorrência, é que se você privatiza não pode planejar economia, o cara só exporta o que tiver ligado ao meu negócio, acabou, não tem concorrência possível, até porque, não tem portos assim no Brasil, no sentido de profundidade são locais especiais, o cara fica eternamente, nós três aqui, jamais poderemos ter um porto, porque eles terão comprados todos os espaços. Só existe porto privado em dois países no mundo: Margareth Tratcher fez um em Londres, na Inglaterra, e a Nova Zelândia tem um.


DCI – O porto de Paranaguá é lucrativo, rentável?
RR – Altamente rentável, eu saí do governo e deixei 650 milhões em caixa.


DCI – E essa denúncia de que não tem infraestrutura, logística, isso atrapalha o País.
RR – O governo de Fernando Henrique acabou com o investimento, começa a sucatear, dizer que não funciona e vender. Por exemplo, nós tínhamos um contrato lá com uma drágea que era um troço de 700 milhões de dólares, sabe quanto custa uma drágea? Custa 40 milhões de dólares. Agora o contrato da dragagem custa 160 milhões de reais por seis meses. Uma drágea custa 40 milhões de dólares, é claro que essa drágea vai ter que ter a tripulação, combustível, mas ela funciona por dez, quinze anos, ela pode dragar Paranaguá e prestar serviços em todo o Brasil.

Eu não consegui comprar a drágea, fiz licitação, um grupo ganhou por 44 milhões de reais. Estavam ganhando comissão.
Imagina se alguém ia vender uma drágea para o Estado para perder dinheiro.

O grupo comprou na China entrou numa licitação. Pagar R$ 60 milhões por seis meses pode, comprar por US$ 40 milhões, não. Na época do Fernando Henrique, que proibia os portos de comprarem drágeas, e proibia de alugar drágea estrangeira, tinha que alugar só nesse monopólio.

DCI – A privatização pode ser interessante para o porto de Santos?
RR – Não, privatização é interessante para o grupo econômico, não é interessante para ninguém, agora também não é interessante a politização e a indicação política da administração portuária; colocar um sujeito que de técnico de futebol vira administrador de um porto.

Igual ANTT, tem esse pilantra do Bernardo Figueiredo, mas tem um diretor que disse que era treinador de basquete, o outro era não sei o que do partido tal. É essa partidarização sem contemplação técnica, que esculhamba tudo.



DCI – O que o senhor achou do manifesto recente dos deputados federais reclamando da preferência do governo pelo PT?

RR – É um manifesto contra o partido, não é contra o PT, contra a cúpula do partido, claro.

O Jornal Hoje publicou que a bancada do PMDB está atrapalhando a nomeação, para proteger o segundo, que é indicado do senador Renan Calheiros. Tem nada disso, nós estamos em cima do relatório para o Tribunal de Contas, ninguém deu cobertura a essa luta contra ANTT.

Esse cara era do PSDB, do esquema da privatização, que financiava o PSDB, deve continuar financiando, mas financia o PT também.

Quem estiver no poder, é o partido deles, desde que não queira voltar atrás.
Essas são suposições.
Agora se eles aprovarem, eu vou escrever um livro, com todo esse material, tirar uns quarenta mil exemplares.

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