6 de abr. de 2012

Sangue Portuario

Sangue humano lubrifica as engrenagens da máquina de desenvolvimento chamada “Complexo Industrial e Portuário do Pecém”!
17/3/2011

Trabalhadores chocados, contemplam corpo de mais uma vítima de acidente de trabalho.
MOVA-SE denuncia na imprensa e na Superintendência Regional do Trabalho a série de acidentes laborativos ocorridos no Terminal Portuário do Pecém e cobra da empresa condições dignas de trabalho.

Um dia depois da visita do Ministro da Secretaria Especial de Portos, o Sr. Leônidas Cristino à CEARAPORTOS, onde foram assegurados investimentos da ordem de meio bilhão de reais para continuação da obra de expansão do Porto do Pecém, a morte de mais um jovem abala a comunidade de trabalhadores do Complexo Industrial e Portuário.
Na tarde do dia 15 de março, João Simão Ferreira faleceu vítima de acidente de trabalho durante a operação de movimentação de um contêiner no pátio interno da CEARAPORTOS. Infelizmente o lamentável ocorrido, não é fato isolado.

Já são quatro mortes contabilizadas desde setembro de 2010.
Quatro mortes em aproximadamente seis meses...
Em 2010 perdemos um companheiro da Jatoclean no canteiro de obras da marquise e um companheiro da TECER, que foi esmagado por uma bobina dentro de um dos armazéns da CEARAPORTOS. Este ano já houve um acidente fatal com um operário da montagem da correia transportadora de minério para as termoelétricas e siderúrgica e agora perdemos este companheiro da Daniel Transportes com apenas 24 anos e uma vida inteira pela frente.

Fatos dessa natureza não devem ser encarados como meros acidentes de trabalho e sim como conseqüências de uma estrutura cruel que oprime e desestabiliza o trabalhador, que está exposto a más condições de trabalho, jornadas excessivas
, falta de treinamento, pressão por prazos e outros fatores que degradam as condições físicas e mentais dos trabalhadores, sendo assim, se o governo do estado continuar omisso em relação às condições dos trabalhadores do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, infelizmente as mortes continuarão acontecendo.

Por ironia do destino, o acidente fatal aconteceu no dia em que a mídia anunciava fortemente os altos investimentos públicos para ampliação do
Porto do Pecém.
Diversos projetos divulgados e verba assegurada independente dos cortes de custeio que o governo estadual planeja para este ano. Verbas do Governo Federal e do Estado que garantirão que o Complexo Industrial e Portuário do Pecém estará em plenas condições para o forte crescimento industrial e econômico que deverá ocorrer naquela região nos próximos anos com a chegada de grandes empreendimentos como a Refinaria de Petróleo e a Zona de Processamento de Exportação.

Sem sombra de dúvidas a grande máquina de desenvolvimento para o Estado do Ceará é o Complexo Industrial e
Portuário do Pecém.
A CEARAPORTOS, empresa que administra o porto, tem papel preponderante neste macro-projeto de desenvolvimento. O problema é que apesar de fortes investimentos em infra-estrutura, não existe investimento no ser humano, pois os trabalhadores e trabalhadoras que atuam na construção deste complexo estão no mais completo abandono.
O volume de cargas movimentado na exportação, importação e cabotagem pelo porto vêm crescendo em ritmo vertiginoso, mas a quantidade de mão-de-obra na CEARAPORTOS permanece igual. O único concurso público para contratação na Companhia data de 2004. Hoje a CEARAPORTOS dispõe de pouco mais de 30 empregados efetivos; número insuficiente para suportar a demanda de serviços.

Se o Complexo Industrial e
Portuário do Pecém está se transformando gradativamente na máquina que sustenta o desenvolvimento do estado do Ceará, as engrenagens dessa máquina estão sendo lubrificadas com o sangue e o suor de seus trabalhadores!
http://www.mova-se.com.br/texto.asp?var=NOT%CDCIAS&id=1452


 Foi um Simão no Estado do Ceará mas poderia ser no porto de Santos,Paranaguá, Itajaí, Rio de janeiro ,Vitória ou qualquer outro porto ou Terminal Portuário fora do porto organizado no chamado porto desorganizado  desse grande pais .
O lucro sobrepõe a segurança , o trabalhador nesse país e somente um número ,
quando um cai tem dez na fila.
Pra subir.

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