Atualmente, não é possível pensar a interface entre
ensino e trabalho sem remeter-se à educação permanente. Neste sentido, é
preciso contextualizar a integração ensino-serviço neste movimento: profissionais, docentes e estudantes devem estar inseridos nas estratégias de educação
permanente, tendo em vista melhorar a formação e fortalecer a área.Isto porque a educação permanente possibilita, ao
mesmo tempo, o desenvolvimento pessoal daqueles que trabalham na área e o desenvolvimento das instituições. Além
disso, ela reforça a relação das ações de formação com a gestão do sistema e
dos serviços, com o trabalho da atenção e com o controle .Possibilidade de transformar as práticas
profissionais existentes, porque perguntas e respostas são construídas a partir da
reflexão de trabalhadores e estudantes sobre o trabalho que realizam ou para o
qual se preparam.
A educação permanente pode ser entendida como
aprendizagem-trabalho, ou seja,
ela acontece no cotidiano das pessoas e das
organizações. Ela é feita a partir dos problemas enfrentados na realidade e
leva em consideração os conhecimentos e as experiências que as pessoas já têm.
A proposta da educação permanente parte de um
desafio central, coerente com os propósitos da integração ensino-serviço: a
formação e o desenvolvimento devem ocorrer de modo descentralizado, escendente
e transdisciplinar, ou seja, em todos os locais, envolvendo vários saberes.
O
resultado esperado é a democratização dos espaços de trabalho, o
desenvolvimento da capacidade de aprender e de ensinar de todos os atores
envolvidos, a busca de soluções criativas para os problemas encontrados,
o
desenvolvimento do trabalho em equipe ,a melhoria permanente da qualidade .
Não é possível pensar a mudança na formação dos profissionais sem a discussão sobre a articulação
ensino-serviço, considerando-a um espaço privilegiado para uma reflexão sobre a
realidade da produção de cuidados e a necessidade de transformação do modelo vigente em um modelo que considere como
objetivo central as necessidades dos usuários.
Ainda são muitas as críticas bidirecionais entre
serviço e ensino.
Neste sentido, é preciso ampliar os espaços de diálogo e
sensibilização de todos os atores envolvidos neste contexto para sua co-responsabilização
no que diz respeito
à formação de novos profissionais e à prestação de serviços .
Para que seja possível construir um novo modo de
organizar e praticar é preciso um novo perfil de trabalho e de trabalhadores. A
formação e a qualificação dos profissionais devem ser orientadas pelas
necessidades da sociedade.
Logo, não cabe mais uma relação distanciada e
cerimoniosa entre o ensino e o serviço.
Muito pelo contrário, é necessária uma
articulação estreita, tendo em vista a transformação das práticas profissionais e da própria organização do trabalho.
Esta transformação pressupõe trabalho em equipe, acolhimento dos usuários,
produção de vínculo entre eles e as equipes, responsabilização do individual e coletiva, atendimento das necessidades dos
usuários, assim como resolubilidade dos problemas detectados.
Fonte
A integração ensino-serviço no
contexto dos processos de mudança na formação superior dos profissionais
Verônica SAlbuquerque; Andréia
PGomes; Carlos HAlves de Rezende;
Marcelo X Sampaio;
Orlene VDias; Regina MLugarinho
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