Observa-se que o conteúdo implica
em novas formas de
controle social da produção,
impactando os valores produzidos pela tradição e
pelos costumes.
Ouvindo trabalhadores obtivemos o seguinte depoimento
;
...muitos antigos não aceitaram a vinda do OGMO, não aceitaram a modernidade, muitos se aposentaram com 70% e o OGMO em si foi a grande causa dessa
desunião...
O OGMO foi a pior coisa que aconteceu para nós
porque acabou com o
poder do sindicato, hoje o sindicato na realidade está posto aqui para
negociar, hoje ele já não tem poderes para organizar para fiscalizar para
administrar,
hoje nós estamos aqui só para negociar e a vida social do
trabalhador caiu muito, porque era tudo no nosso poder, era uma irmandade, hoje
está uma bagunça generalizada,
antigamente a posição do segundo secretario
operacional do sindicato, ele tinha uma equipe de 80 diretores que eram os
olhos dele, junto com essa equipe ele trabalhava,
ele ia para bordo, ele ia ver
se os trabalhadores estavam no porão dos navios, via se o trabalho estava
adequado, ele corria esse cais todo, hoje o segundo secretário não tem mais
essa função ...
1 secretário do sindicato dos estivadores 2007.
A ordem simbólica é incluída em hierarquia de meios e
fins
implicando na aposentadoria dos mais antigos,
realizada por um processo de
escolha racional que lhes era natural.
A nova ordem cultural tem a propriedade
de desmanchar
“a família”,
ou seja, enquanto situação vivida, os novos
significados expressos nas ações, mostram que a cultura-tal-como-constituída perde
referencia para orientar a vida presente.
A nova ordem coloca em cheque as
estratégias políticas
que no passado orientavam as disputas que se
apresentavam:
...quando a gente quer fazer uma negociação diretamente com o
armador a gente pára no SOPESP que é o
sindicato dos operadores portuários do
Estado de São Paulo, a gente para ali, não se consegue chegar ao armador, então
a gente tem que buscar articulação política,
que são os parlamentares, os
políticos da cidade, agora para ser sincero, hoje está difícil...
Por isso que
a gente ta sempre com nossos representantes em Brasília articulando com os
parlamentares para ver
se a gente traz de volta a nossa aposentadoria especial
que nós perdemos.
Isso pra nós seria excelente onde num quadro de 3000 registrados, com a vinda da especial, nossa senhora, aposentava 1000, a gente conseguia
enxugar o quadro e
conseguia manter o lado financeiro um pouquinho melhor...
1
secretário do sindicato dos estivadores 2007
A luta que hoje se trava não encontra ressonância
nas
instituições que no passado estiveram ao lado da categoria.
A transformação no
sentido mais amplo colocou o Estado distante e os signos do passado que orientavam as ações,
quando trazidos para
o presente, não encontram relação com os novos signos e as respostas se
inscrevem na ordem da cultura passada.
A ação do sindicato está voltada para tentar manter o sentido de
pertencimento do passado que não tem o mesmo significado no presente:
... Hoje
o sindicato precisa de uma diretoria que passe para o trabalhador uma certa
tranqüilidade,
o trabalhador não pode chegar aqui e perguntar como é que estão
coisas...
aí nós respondemos ta tudo ruim?...
não, nós dizemos nós estamos
negociando, nós estamos brigando, sempre incentivando eles...
a gente não pode
passar para eles uma negatividade...
mas claro tudo depende da diretoria saber
negociar.
1 secretário do sindicato dos estivadores 2007
Os grandes investimentos realizados pelas empresas
operadoras arrendatárias, tornou imperativo que as operações desses novos equipamentos fossem realizadas por trabalhadores por eles contratados onde os padrões de
eficiência requeridos ficam sob o seu controle, trazendo para o novo mercado de
trabalho uma nova prisma para os trabalhadores avulsos.
Segundo a direção do Sindicato dos Estivadores 2007
a
redução média da mão-de-obra no ano de 2006,
deveu-se a acórdão judicial obtido
pelos operadores portuários com base no artigo n° 57.
Os estivadores
para assegurarem algumas garantias,
fizeram um acordo que elevasse o ganho dos
trabalhadores além de benefícios como vale refeição e vale transporte.
Além
disso, foi criado um plano de desligamento voluntário PDV onde 223
trabalhadores se desligaram e receberam cada um R$ 30 000,00.
O resultado culminou na redução de 10,8% da força de
trabalho no ano de 2006 comparativamente ao ano 2005.
A massa salarial declinou 9,6%.
O atual estágio
de transformação no porto de Santos
ainda não consolidou a fase de redução de
custos
característica dos serviços portuários que utilizam capital intensivo para atender amplas economias de escala que viabilizem padrões desejáveis de
competitividade.
A infra-estrutura
cais,
pátios, áreas de armazenamento e a superestrutura guindastes, tratores,
caminhões, empilhadeiras, imóveis portuária ainda apresentam tamanhos
operacionais
reduzidos convivendo com problemas de congestionamentos que
desembocam em custos incompatíveis, impedindo que o capital privado alcance
taxa de retorno razoável no médio prazo.
A combinação, produtividade do
trabalho crescente e rendimento médio do trabalho decrescente são os pilares
que ainda vão permanecer até o ponto em que os custos da movimentação no porto se comparem aos custos dos portos mundiais competitivos.
Para se tornar
competitivo em escala global,
a estratégia adotada no porto de Santos,
no atual
estágio de transformação,
é de flexibilizar para baixo a massa salarial,
reduzindo a quantidade de trabalhadores nos postos de trabalho mantendo
crescente o volume de contêineres e de carga geral, movimentados ao longo dos
anos.
Segundo o Sindicato dos Estivadores de Santos,
o crescimento projetado a
partir da solução dos impasses
que impedem o aumento da produtividade como o aumento
do calado para 17 metros, construção de perimetrais, sistema viário,
ajustes no número de homens por terno de trabalho
e introdução de novos
operadores portuários ,
produzirá uma redução no número de trabalhadores
correspondente a quarenta % dos atuais 5000 em trabalho.
FONTE
35 Seminário Temático Numero 16
TRANSFORMAÇÃO DO TRABALHO
E
A CULTURA DOS ESTIVADORES DE
SANTOS
João Carlos Gomes
O peso que carrega os trabalhadores Portuarios do Porto de Santos ,são frutos dos equivocos cometidos pleos empresarios e pela Autoridade Portuaria.
O primeiro preocupado em acumular em seus lucros os salarios ganhos com produtividade dos estivadores , formam ,treinam e capacitam mão de obra propria e com isso criam barreiraas para a qualificação dos trabalhadores dos quadro dos Ogmos desrespeitando e contrariando a Convenção 137 e Resolução 145 da Organização Internacional do Trabalho OIT em segundo por não seguir o exemplo de seus irmãos Autoridades Portuarias Europeias e Americanas.
O peso que carrega os trabalhadores Portuarios do Porto de Santos ,são frutos dos equivocos cometidos pleos empresarios e pela Autoridade Portuaria.
O primeiro preocupado em acumular em seus lucros os salarios ganhos com produtividade dos estivadores , formam ,treinam e capacitam mão de obra propria e com isso criam barreiraas para a qualificação dos trabalhadores dos quadro dos Ogmos desrespeitando e contrariando a Convenção 137 e Resolução 145 da Organização Internacional do Trabalho OIT em segundo por não seguir o exemplo de seus irmãos Autoridades Portuarias Europeias e Americanas.
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