23 de jun. de 2014

A Nicarágua o canal da vez

A Nicarágua será  um elo logístico para juntar o Pacífico ao Atlântico


A maior república da América Central é ocupada por um batalhão de advogados, consultores de negócios americanos, engenheiros australianos, auditores ambientais britânicos e executivos chineses.
Esta agitação é encabeçada por Wang Jin, um empresário chinês que pretende cavar uma enorme via inter oceânica entre o Atlântico e o Pacífico através da Nicarágua, que virá competir diretamente com o canal do Panamá. A construção com 286 quilômetros e com orçamento de 40 milhões de dólares cerca de 30 mil milhões de euros.
O projeto de lei para a construção do canal foi aprovado no parlamento nicaraguano, a 13 de Junho de 2013, com 61 votos a favor e 25 contra,  foi muito comemorado pelo Governo  "Este é um dos dias mais importantes do desenvolvimento histórico e econômico do país", afirmaram os responsáveis  que prevê um crescimento do PIB de 10% a 15% num curto prazo e a criação de milhões de postos de trabalho nos próximos anos.
A Nicaragua concedeu ao grupo chinês HNKD uma concessão de 50 anos renovável por mais 50 com uma taxa de 10 milhões de dólares por ano cerca de sete milhões de euros. No décimo primeiro ano de operacionalização do canal, a Nicarágua terá 10% da empresa, valor que será de 100% no espaço de um século, segundo o The Wall Street Journal.
Para dar início a esta obra multimilionária, o empresário chinês registou em Hong Kong uma unidade empresarial criada exclusivamente para o desenvolvimento do canal  grupo HK Nicaragua Canal Development Investment Co. Limited HKND Group.
Para agilizar os trabalhos, o grupo HKND contratou as consultoras australiana MEC Mining Mining Engineering Consultants e a belga SBE Studiebureau voor Bouwkunde en Expertises especializadas em obras hidráulicas, engenharia civil e geotécnica. 
A americana McKinsey também leva a cabo análises de mercado e de crescimento de comércio global que fundamentem economicamente o canal.
Ideia da época colonial
No século XIX, quando ainda não funcionava o canal inter oceânico do Panamá, as embarcações provenientes do oceano Atlântico entravam no rio San Juan (rio que nasce no Lago da Nicarágua e desemboca no mar do Caribe) e navegavam até ao lago da Nicarágua. Percorrido o maior lago da América Central, as pessoas, bens e produtos faziam uma travessia em carruagens perto da cidade de Rivas (entre o rio da Nicarágua e o Pacífico) até chegarem ao oceano paralelo. Um canal hipotético que ligaria o atlântico ao pacifico
Luis Napoleão escreveu um artigo sobre a sua viabilidade no início do século XIX.
 Os planos dos  EUA para construir um canal foram abandonados no início do século XX , após a aquisição dos interesses franceses no canal do panamá a um custo razoável

O atual projeto de construção do canal, três vezes maior que o do Panamá,
A um dos maiores trabalhos de construção do mundo estão associados um oleoduto, dois portos de águas profundas, uma ferrovia transcontinental , dois aeroportos e duas zonas francas. O canal suportara 30.000 conteineres por embarcação.
O conjunto destas obras foi avaliado em cerca de quatro vezes o valor do PIB da Nicarágua (10 mil milhões de dólares, cerca de sete mil milhões de euros).
 “O canal da Nicarágua 
 Uma oportunidade de crescimento e prosperidade” é o slogan da empresa concessionária e enquadra as envolventes do projeto.
Segundo análises econômicas do grupo HKND a taxa de crescimento média atual do comércio vai triplicar até 2020. A conseqüência direta deste aumento das trocas mundiais será a criação de embarcações de maior dimensão que irão ultrapassar a capacidade dos canais já existentes.
Maersk Line tornou-se o primeiro operador mundial a dar apoio à idéia de construir o canal da Nicarágua.
Citado pela “ShippingWatch”, o Head of Daily Operations da Maersk Line, Keith Svendsen, afirmou que “construir um canal da Nicarágua parece fazer sentido. 
O canal será projetado para servir os maiores navios, além do que permitirá poupar 800 quilômetros na viagem entre Nova Iorque e Los Angeles”.  
“Em geral, apoiamos a melhoria das infra-estruturas”, acrescentou, lembrando que os maiores porta-conteineres da atualidade não passam no canal do Panamá, nem passarão depois de concluídas as obras de alargamento.
Tal como está previsto, o canal da Nicarágua terá o triplo da extensão do canal do Panamá mas poderá receber os maiores navios da atualidade.

"As obras começarão, segundo o planejado, em dezembro de 2014", informou o Governo centro-americano numa nota de imprensa com data de 10 de janeiro, assinada pelo Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, e o proprietário da firma, Wang Jing  .
foto joresimao

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