A partir do golpe militar de 1964, os portos passam
a
ser vistos pela égide da Lei de Segurança Nacional.
Na Mensagem Presidencial
de 1968, Costa e Silva:
Ao estabelecer a atual política de
transportes,
o Governo teve em mente dotar o país de uma
infra-estrutura
adequada às necessidades imediatas
e futuras, bem como promover a integração
das várias modalidades de transportes, objetivando reduzir os
custos operacionais dos serviços e aumentar a produtividade
de todo o
sistema.
O regime portuário na ditadura foi condensado no Decreto 749/1969, que
autorizou a União a constituir sociedades de economia mista ou empresas
públicas destinadas a explorar
os portos, terminais e as vias navegáveis.
Analisando os Relatórios e os Informativos do DNPVN de 1965 a 1969, é
perceptível a mudança nos discursos, agora exaltando a grandeza nacional e o
bom desempenho dos portos, desaparecendo as reclamações e críticas ao
sistema
portuário. O Relatório de 1965 traz uma solicitação
de reestruturação do
DNPVN com a criação de órgãos
regionais autônomos. Para que o DNPVN ficasse
em
condições de supervisionar com eficiência a realização da política
portuária, dotados da necessária autonomia de ação.
Em 1969,o diretor do
DNPVN, Luiz Henrique Targat,
fez as seguintes considerações sobre as supostas
deficiências dos portos:
Entendemos que as supostas
deficiências dos portos
estão diretamente ligadas a inúmeros outros fatores
que
lhes são estranhos: a falta de planejamento por parte dos usuários importadores e exportadores, a falta de transporte terrestre em condição de
acompanhar o fluxo de navios em época de maior procura das instalações
portuárias e o acondicionamento de determinadas cargas, como os granéis
sólidos, em navios de carga geral, dificultando a operação portuária .
Ou
seja, o problema não era dos portos, do Estado,
e sim dos agentes privados.
Com a aprovação do Fundo Portuário Nacional (FPN)
e da Taxa de Melhoramento
dos Portos (TMP) e a
retomada do crescimento da economia brasileira após
1967, houve uma ampliação dos investimentos em reaparelhamento
e conservação
dos portos.
A área do Porto de Santos conhecida como Corredor de
Exportação, na Ponta da Praia, que opera granéis vegetais sólidos, inaugurado em 1973.
Dentro dos estudos elaborados pelo Ministério dos
Transportes entre 1973 e 1974, começou a ser apresentada uma proposta de
criação de uma empresa holding para a administração do sistema portuário.
Durante a excussão do II PND, em julho de 1975,
foi extinto o DNPVN, que se
transformou
em Portobrás Empresa de Portos do Brasil S.A.,
cuja finalidade,
entre outras, segundo o seu estatuto,
era administrar e explorar os portos
brasileiros
Lei 6.222/1975 e Decreto 76.925/1975.
A organização da empresa
holding Portobrás
era vista como um importante passo para a integração do
sistema portuário nacional criando mais flexibilidade organizacional,
administrativa, financeira, técnica e operacional.
Em 1977, começava
a construção do Terminal de Contêineres da Margem Esquerda do Porto Tecon, por meio da Empresa Portos do Brasil S.A. Portobrás,o Tecon santos,
foi inaugurado em 30/8/1981 presidente Figueiredo com
a finalidade de aumentar as facilidades operacionais do Porto de Santos e
incrementar o transporte intermodal.
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Desde a criação
das Capitanias dos Portos em 1845, as esperanças foram renovadas com a criação
da Portobrás, os portos mais beneficiados foram aqueles que
estavam dentro dos corredores de exportação e os portos ligados ao complexo
siderúrgico , foram aparelhados, já que os minérios faziam parte da
pauta de exportação, destacando o Complexo Carajá e o porto carvoeiro de
Imbituba, em Santa Catarina.
A rápida introdução do contêiner como meio para
transportar as cargas exigia renovação constante dos equipamentos portuários.
O
diagnóstico feito pelo I PND-NR I Plano Nacional de Desenvolvimento da Nova
República em 1986 já apontava esse problema, afirmando que, mesmo
com algum êxito obtido pela política de transportes, o setor sofreu com a
contenção dos gastos e a postergação das soluções, prejudicando até a
manutenção e conservação das estruturas existentes.
O resultado dessa
postergação, segundo o Plano, foi a deterioração crescente do capital fixo de
portos e terminais .
Como as metas do I PND-NR e do Prodest não
foram sendo cumpridas, o governo começou a elaborar uma nova Política Nacional
de Transportes que apontava para a descentralização e privatização do setor.
Na
última Mensagem enviada ao Congresso Nacional, o presidente José Sarney
reconhecia que os problemas portuários eram consideráveis e que a causa era a reduzida capacidade de investimento, dada a descapitalização da Portobrás,
que se constituía no principal obstáculo à reabilitação do setor. O Brasil
chegou ao final da década de 1980 com a infra-estrutura social básica
estrangulada. A criação da Portobrás foi mais uma tentativa ilusória de que,
com apenas uma nova organização institucional, os problemas portuários seriam
solucionados. A vitória de Fernando Collor
para a Presidência trouxe o sonho da privatização dos
portos como a única saída para a modernização portuária.
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