Os planos específicos para os portos
Durante o primeiro
governo Vargas, foram elaborados pelo Dasp Departamento Administrativo do
Serviço Público dois planos de desenvolvimento:
o Plano Especial de Obras
Públicas e Aparelhamento da Defesa Nacional de 1939 e o Plano de Obras e
Equipamentos POE de 1943.
O Plano Especial foi aprovado para um período de
5 anos e destinado 20,17% dos recursos ao Ministério da Viação e
Obras Públicas.
Em 1943, foi elaborado o Plano de Obras e Equipamentos e 2 anos de execução, 57,11% dos recursos Decretos-Leis 1.058/1939 e
6.145/1943. No início de 1946 foi realizado, no Rio de Janeiro, o II Congresso
Brasileiro de Engenharia e Industrial, no qual foram apresentadas várias
recomendações para os portos.
1
elaborar um plano diretor portuário dividindo o litoral em zonas de influências
com os portos principais e secundários, dando sempre prioridade aos portos
principais;
2 criar novas facilidades para incrementar comercialmente , reaparelhar e modernizar os portos
3 elaborar o Caderno de
Encargos.
Com base nisto, foi elaborado pelo DNPRC Departamento
Nacional de Portos, Rios e Canais, sucessor do DNPN, em 1947, o Plano de
Reaparelhamento e Ampliação dos Portos Organizados, o primeiro plano nacional . A previsão total de investimentos era de 1,3 bilhão de
cruzeiros e a principal fonte de recursos viria da Taxa de Emergência criada em
1945 Decreto-Lei 7.995/1945.
Em 1948, Governo Dutra ,o Dasp elaborou o Plano Salte – Saúde,
Alimentação, Transporte e Energia, aprovado em 1950. Do total dos investimentos
5,82 eram aos portos. O Plano de Reaparelhamento foi
aprovado somente no segundo governo Vargas, para ser executado em 4 anos, de
1952 a 1955.
O Decreto 30.334/1951,
Considerando que há necessidade urgente de se proceder
ao melhoramento dos portos nacionais, mediante a drenagem, reaparelhamento e
ampliação dos portos já existentes, conclusão das instalações portuárias em
andamento e construção de outras;
O congestionamento de
alguns portos vem causando sérios sacrifícios à economia da Nação, em virtude
das sobretaxas criadas pelas conferências internacionais sobre os fretes das
mercadorias de importação;
O intercâmbio por via marítima
através dos portos tem revelado rápido ritmo de aumento nesses últimos anos,
paralelamente ao desenvolvimento que se vem verificando na indústria nacional;
Um problema de larga envergadura, a ser
enfrentado com o máximo de energia e rapidez, embora dentro das possíveis
disponibilidades de recursos em materiais e mão-de-obra especializada;
Considerando que o problema portuário e de navegação devem ser tratados num
âmbito nacional.
Os valores e os prazos foram revistos, o plano geral estava
orçado em 3,525 bilhões de cruzeiros, para os programas mais urgentes
foram orçados 1,925 bilhão de cruzeiros em moedas nacionais e 800 milhões
destinados a equipamentos.
Numa segunda etapa, investimentos na ordem de 1,140 bilhão de cruzeiros e para os aparelhamentos
460 milhões.
A Comissão Mista Brasil-Estados Unidos se encarregou de elaborar
projetos para 14 portos ,cujos recursos seriam captados em bancos
estrangeiros. Para Juscelino, os portos não estavam organizados e
administrados como atividades econômicas. Faltava um órgão central balizado por critérios técnicos.
O atual Departamento
Nacional de Portos, Rios e Canais, órgão de excelente tradição técnica, não é
senão uma repartição de engenharia portuária, cujas funções ,obras
civis e hidráulicas e serviços de drenagem,nada têm nem devem ter com a
operação portuária, que é uma técnica própria, completamente diferenciada como
gerência econômica do porto.
Para assumir novas e necessárias funções,o DNPRC
deveria reestruturar se e equipar-se coordenando as práticas e métodos.
Para
tanto, foi encaminhado ao Congresso um projeto de lei para transformar o DNPRC
numa autarquia, desvinculando do Ministério da Viação e Obras Públicas. Para
resolver a falta de recursos, foi encaminhado para o Congresso, no final de
1956, um projeto de lei para instituir o Fundo Portuário Nacional.Enquanto
isso, as obras de ampliação e conservação seguiam em vários portos de acordo
com as necessidades mais urgentes. No setor portuário, a oferta andava a
reboque da demanda.
Para ampliação e conservação dos portos, a Lei 3.421 de 10/07/1958 Taxa de Melhoramento dos Portos – TMP 1% sobre as importações,
0,2% sobre as exportações e 0,2% sobre a cabotagem destinados ao Fundo Portuário Nacional – FPN gerenciado
pelo DNPRC. Após a aprovação da TMP e do FPN
foi criada a Comissão do Plano Portuário, vinculada ao DNPRC cuja função era elaborar
um plano portuário nacional Decreto 44.203/1958.
Os recursos garantidos
provenientes do FPN e de financiamentos externos de 22,5 milhões de dólares 15
milhões do Export-Import Bank e 7,5 milhões do IHC Holland deram uma garantia e
uma ampla margem para a Comissão elaborar o plano
portuário.
Com a criação do Fundo Portuário Nacional, tornou-se possível a elaboração de um Plano Geral de
melhorias das instalações e a adoção de
uma política de investimentos, para a transformação dos portos.
Além do plano
portuário, ficou determinado que cada porto deveria elaborar seu plano de
reaparelhamento e execução.
O Plano Portuário Nacional foi aprovado em julho de
1960 Decreto 48.524/1960 pelo presidente Juscelino.
O Plano previa
investimentos na ordem de 23,4 bilhões de cruzeiros para o período de 1960 a
1962, distribuídos em expansão, melhorias, construção, estudos e aquisições. Dentro
do Plano de Metas o setor de transportes requereu 29,6% do total . Das operações em moeda estrangeira, navegação, portos
e dragagem, captou 5% e das operações em moeda nacional 0,9%. Deveriam
ser realizadas grandes obras nos Portos de Rio de Janeiro ,Rio Grande e de Santos,
além de obras menores em outros 10
portos.
Os projetos foram reelaborados e reduzidos às necessidades mais
urgentes com financiamento do BNDES.
Em Mensagem enviada ao Congresso Nacional
em 1963, o Presidente João Goulart denuncia que no período 1956- 1961 houve um crescimento relativamente mais intenso das rodovias, em detrimento aos portos .
Durante o governo Goulart, foi finalizado o segundo Plano Nacional de Viação Lei
4.592/1964 e iniciada a execução do Plano
Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social 1963-1965.
Para os portos, no Plano Trienal:
1 reestruturar os serviços do DNPVN Departamento
Nacional de Portos e Vias Navegáveis, agora como autarquia;
2 ministrar cursos
para administradores portuários;
3 dar atenção ao problema do
congestionamento;
4 investir em instalações para granéis.
Em outubro de
1963, após 7 anos de tramitação do projeto no Congresso, o DNPRC
foi transformado em DNPVN Departamento Nacional de Portos e Vias Navegáveis,
uma autarquia com autonomia administrativa, técnica e financeira em relação ao
Ministério da Viação e Obras Públicas.
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