27 de mai. de 2016

O que se Comete no Porto de Lisboa

As ilegalidades estão a ser cometidas no Porto de Lisboa de recorrer a meios públicos  para fazer chegar trabalhadores externos à empresa por via marítima.
"Temos informações de que esses elementos entraram no terminal com os meios, presumo eu, da Administração do Porto de Lisboa, que introduziu os 'fura greves' no terminal por via marítima, com uma lancha pública, quando isto é um serviço privado. As forças de segurança recusam-se a identificar os elementos que estão a trabalhar. Podem estar lá dentro terroristas a trabalhar, mas ninguém vai saber", declarou António Mariano, no piquete nos portões do terminal da Sotagus em Xabregas, Lisboa.
Na última hora entraram no cais dois caminhões de mercadorias, sob o protesto dos estivadores.
No local se encontrão seguranças patrimoniais fantasiados  de polícia e centenas de estivadores, não se tendo registrado incidente, apesar de a presença como "intimidatória" da policia empresarial  .
É mais uma demonstração de força política dos empresários que pretende intimidar é coagir  a ação de greve, tentando   criar um 'terror psicológico' nos estivadores. Há atitude  é abusiva e ilegal, as forças de segurança estão ao serviço de um grupo económico turco para furar a greve dos estivadores portugueses.
90 estivadores estiveram concentrados na entrada do Porto de Lisboa, em Alcântara, depois de a PSP ter enviado uma equipa de dezenas de elementos para o local, para acompanhar a saída de conteineres.
"Não sei se isto se vai repetir. Isto que aconteceu aqui foi uma encenação. Chamaram polícias e, com os 'fura greves', conseguiram fazer sair 24 conteineres. Isto é para passar uma imagem para o exterior de que somos os maus da fita".

Os operadores do Porto de Lisboa anunciaram que vão avançar com a demissão em massa  por redução da atividade, uma proposta de acordo de paz social que foi recusada. 
As versões  não batem mais a mídia já escolheu seu lado , os patrocinadores.
A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, diz que os operadores propuseram suspender os trabalhos da Porlis, mas o documento previa apenas que os operadores se comprometessem a "encontrar uma solução relativamente" ao futuro da empresa de trabalho portuário.
Os estivadores estão dispostos a chegar a um entendimento, caso a empresa criada paralelamente for encerrada e se forem resolvidas duas situações do contrato coletivo de trabalho.
A PSP esclarece que não foi chamada por ninguém . Está no local para garantir a segurança. Já saíram todos os caminhões que estavam no terminal. Os nove caminhões que entraram, saíram carregados.

Algumas perguntas singelas que por alguma intrigante razão não ocorre à comunicação social fazer a respeito da situação no Porto de Lisboa:
1. Se os patrões pedem serviços mínimos - que estão a ser cumpridos pelos trabalhadores - porque razão afirmam que "o Porto de Lisboa está completamente parado por não haver trabalho" (razão que invocam para o despedimento colectivo)? Não há trabalho? Então para que são os serviços mínimos?
2. Se não há trabalho no Porto de Lisboa, porque razão foram os trabalhadores portuários obrigados a ultrapassar em quatro meses os máximos legais de trabalho suplementar previstos por ano pelo Código do Trabalho (250 horas, no caso destes trabalhadores)? Afinal, em face da lei, é necessário despedir ou, pelo contrário, contratar mais trabalhadores?
3. Diz o artigo 540.º do Código do Trabalho (sobre "Proibição de coacção, prejuízo ou discriminação de trabalhador"): 1 - É nulo o acto que implique coacção, prejuízo ou discriminação de trabalhador por motivo de adesão ou não a greve. 2 - Constitui contra-ordenação muito grave o acto do empregador que implique coacção do trabalhador no sentido de não aderir a greve, ou que o prejudique ou discrimine por aderir ou não a greve. Se uma ameaça de despedimento colectivo não é coacção é o quê? O que fez até à data a Autoridade para as Condições de Trabalho? Que medidas já tomou para punir este acto dos patrões?
4. Se os patrões são detentores de concessões públicas e não cumprem o disposto nos contratos de concessão, porque razão não lhes retira o governo essas concessões de que estão manifestamente a abusar, assim defendendo o interesse público e o interesse nacional?
5. Afinal de contas, para que foi criada a PORLIS? E quem e por que razão provocou a caducidade da contratação colectiva no Porto de Lisboa? E, assim só para rematar, porque razão criaram os patrões um sindicato e porque razão foi rapidamente esse sindicato dissolvido pelos seus associados?
Quanto mais não seja, pelo menos a natureza invulgar de alguns destes acontecimentos (por exemplo: trabalhadores que exigem o fecho de uma empresa e dissolvem um sindicato), devia suscitar mais alguma curiosidade e trabalho por parte da comunicação social, em vez de se limitar à fastidiosa repetição da cassete que nos tem sido impingida nos últimos dias...

O sindicato  nacional dos assistentes sociais  e CGTP-IN manifestam solidariedade à luta dos estivadores do Porto de Lisboa, pela defesa da contratação coletiva, contra a precariedade, a prepotência e a arrogância patronal.
Uma luta que ganha maior relevância face ao anúncio de uma suposta demissão em massa que é ilegal e uma violação grosseira da Lei da Greve, perpetrada pelo patronato, com o apoio da PSP.

Os problemas laborais não se resolvem com o recurso da mentira, ao terrorismo psicológico e à generalização da precariedade e de baixos salários, como tem sido prática do patronato portuário que utiliza um instrumento de imposição de normas que desvalorizam o trabalho e põem em causa a dignidade dos trabalhadores.
Como ficara as cidades portuárias com  as atitudes patronais que visem a redução brutal dos rendimentos e direitos dos trabalhadores, para assegurar o aumento  na acumulação de seus lucros.


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