14 de out. de 2016

Como um velho estivador

Diga você me conhece
Conheço esse  porto
Quilômetros de cais margem a margem

Com navios que vem e que vão
Pelo alto mar
Mas no fundo do estuário bem no útero do porto
Ventos baixados numa canetada de Brasília  arrombam  a profissão
E arrancam um pedaço do porto organizado , riscando novas fronteiras
De um porto desorganizado  onde prevalece a precarização
Os caminhos mudam com o tempo , só não muda a ganância do homem
 Tem mais, não paramos para chorar lutamos e como
Pó, poeira,  pneus queimados  e navio ocupados  
Estórias contidas, entre uma lingada e outra
Em noites em claro
De porto  em porto  ate o continente mais velho  do mundo
Em busca de formação
Existe uma vida e a vida de estivador
Uma vida vivida ,sentida e sofrida, mais apaixonante
levo esse sorriso
Porque já chorei demais com os desafios impostos
Hoje me sinto mais forte, mais  feliz
Só levo a certeza ,de que muito pouco sei , mais conheço as manhas
O sabor da  maré , o cheiro do foro de boca e do varão dobrado
É preciso amar o que faz para poder lutar
Para cumprir a vida, sentida e sofrida, mais apaixonante
Seja simplesmente em Outubro
Outubro de Oswaldo pacheco  da Fe ,da roda grande e da solidariedade
Compreender a marcha
Como um velho estivador
Carregando e descarregando o navio
Eu vou levando os dias pela longa beira do cais
Só adentro engajado passando a mão na leitura
Para nas manhãs  sentir o  sabor da maré
O vento que corta as amuradas 
Alivia o enxofre grudado nos poros
Existe uma vida e a vida de estivador
Uma vida vivida ,sentida e sofrida, mais apaixonante
levo esse sorriso
Porque já chorei demais com os desafios impostos
Hoje me sinto mais forte, mais  feliz
Só levo a certeza ,de que muito pouco sei , mais conheço as manhas
O sabor da  maré , o cheiro do foro de boca e do varão dobrado

É preciso amar o que faz para poder lutar 

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