A minha vida Portuária
Eu preciso mudar todo dia
Pra escapar da rotina da beira do cais
Eu procuro acordar
E perseguir meus sonhos
Mas a realidade e um pesado fardo levado com sorriso
Eu quero sempre mais
Por isso hoje viajo nas ondas da net
Só depois de muita pesquisa
Fui entender o que
aquele velho estivador gesticulava
Quando se sabe ouvir
Não precisam muitas palavras
Prá entender que nada sei
Comecei a entender
Como será meu futuro
Se sou eu ainda jovem na maturidade dos 40
Passando por cima de todos os obstáculos
Passar um tempo a refletir
Pela janela do escritório
Vejo fumaça um vai
e vem
No costado as carretas e as empilhadeiras
Sob sol e a chuva
O radio tocou
A mente fantasia
Se liga na lingada
E me valeu o dia
Tento me erguer
trazendo a cabeça das nuvens
Às próprias custas da força dos meus braços
Adentro ao agulheiro
Partículas
suspensas
Degrau a degrau
descendo acompanhado da mascara
Um porão sem sol
Um trator sem
direção
Apenas a Uréia
Numa barreira de três metros
Volta olímpica
E quase o meu período todo
Guarda em baixo
Vejo o grabe num
vai e vem
Cheio indo vazio voltando
A tarde se torna noite
Ao luar subo os degraus um a um
Me retiro do agulheiro
O corpo muido com uma
tatuagem na face
Levo no ombro pelo convés
Meu sorriso
A mente fantasia
Eu jurei por Deus, continuar a viver
E perseguir meus sonhos
Mas a realidade e um
pesado fardo levado com sorriso
Eu quero sempre mais
Apenas a lembrança
Que o de hoje ta ganho
Pois o amanha só ele sabe
Que continuarei a
perseguir meus sonhos
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