7 de mai. de 2017

Neste Deserto de Cais

Neste deserto cais em seus olhos de todas as maneiras
Se eu escutar suas mentiras você diria
Que sou um estivador  sem convicção
um estivador  sem qualificação que questiona uma contradição

Palavras que puxam o gatilho
Que buscam o som da  Automação
Mas que simplesmente se aplicam na mecanização
Durante anos ouvi suas palavras cruéis todos os dias
Que sou pagina virada na historia do Porto
Num Verbalismo de Proa



O treinamento e a requalificação me condicionaram a tomar consciência
Que neste deserto portuário o proselitismo e o pecado da moda
Como posso eu ser um estivador
Você quer mesmo saber

Momentos  preciosos de uma vida
para ser mais preciso 25 anos
E vem você com palavras que me queimam
Estivador  e aquele que nunca pergunta  porque
E uma profissão apaixonante
De suor no rosto e sangue nos dedos
Onde o filho chora e a mãe não vê
Poucas são as palavras que eu falei
Eu poderia desperdiçar mil anos
Embrulhados em mágoas,
Se é verdade, você não sabe
Iniciei na Fe
Aprendendo a sobrar
No numero  do Carvão ao minério
na parede subi
Cantei trabalho
E escolhi meu terno
Hoje e o terno que escolhe o mestre
E o TST quantos vão trabalhar no terminal
Este estivador ama sem uma razão


As coisas não são aquilo que você vê
Neste deserto de cais

Todos os dias luta-se para sobreviver
Apesar de escutar suas mentiras você diria
Que sou um estivador  sem convicção
um estivador  sem qualificação que questiona uma contradição
Que sou uma pagina virada na historia do Porto
Num verbalismo de proa


Nenhum comentário:

Postar um comentário