8 de jul. de 2017

Relação da cidade portuária

 Grande parte das cidades que tiveram impacto na evolução do mundo formaram-se a partir dos Portos, pois estes “assumiam um papel dinamizador da atividade econômica destes núcleos, funcionando como focos articulados de uma rede mundial, continental ou regional de intercâmbios de bens e conhecimentos, com vocação e capacidade para se transformar numa importante fonte de riqueza material e imaterial para os seus habitantes” (Conferência Internacional Cidades e Portos, 2004, p. 92). 
A evolução histórica das cidades está diretamente ligada aos Portos, explicando, desta forma, a sua expansão e crescimento. Com o avançar do tempo, tem-se vindo a notar que os Portos carecem de espaço para fazer face às expectativas de crescimento das suas cidades (Conferência Internacional Cidades e Portos, 2004). 
Uma cidade portuária que possui patrimônio portuário tem a sua identidade local assegurada, o que favorece o desenvolvimento e aparecimento de novas atividades portuárias (Conferência Internacional Cidades e Portos, 2004). 

Da mesma forma que um Porto auxilia no desenvolvimento de uma cidade portuária, é também essencial para a modernização desta, assumindo-se com um importante agente econômico .Como referido na Conferência Internacional Cidades e Portos (2004, p. 55), é necessária uma visão abrangente que, por um lado, reveja o Porto como um ponto central no desenvolvimento econômico, e que, por outro lado, exponha a cidade como “um elemento competitivo e de complementaridade”.
É necessário que uma cidade conheça o seu Porto e o Porto conheça a sua cidade, de modo a que o processo de planificação seja mais coerente, sendo que a competitividade de um Porto precisa da modernização de uma cidade. Para além disso, a acessibilidade de um Porto está diretamente relacionada com a cidade, bem como a sua expansão, daí ser necessária uma cooperação entre ambos (Conferência Internacional Cidades e Portos, 2004). 
Apesar de existir um conflito constante entre a cidade e o Porto, estes ajudam-se mutuamente, não sendo possível a existência de uma parte sem a outra. Como mencionado na Conferência Internacional Cidades e Portos (2004), os Portos são parte integrante da cidade, mais que não seja, pelo fato de consumirem os serviços por ela disponibilizados. O ambiente que se pretende num Porto moderno é o de competitividade, ao nível da captação de tráfego diversificado para que possa deste modo concorrer com Portos que procuram o mesmo tipo de objetivos (Conferência Internacional Cidades e Portos, 2004).
 Um Porto moderno deve, por si só, ser eficiente e competitivo, tendo sempre em atenção que os custos deverão ser mínimos. Existem alguns fatores de competitividade que caracterizam um Porto moderno , acessibilidade terrestre, infraestruturas e instalações adequadas às necessidades atuais; relacionar-se não só com a comunidade portuária, mas com toda a cidade. As alterações constantes que os Portos sofrem torna-os bons locais de acolhimento para uma variedade de atividades ,requerendo adaptações constantes de modo a dar resposta às necessidades impostas. Esta problemática existe tanto nos Portos como nas cidades.
O tempo necessário que um Porto leva a desenvolver-se, bem como toda a sua área circundante, não corresponde ao tempo que a cidade leva a transformar-se.
 Deste modo, o diálogo entre as cidades e os Portos é importante no desenvolvimento econômico, sendo também a chave do sucesso de uma cidade portuária . 
Assim, não podemos considerar uma cidade portuária apenas uma porta de entrada de mercadorias. Temos que a considerar como um “elemento de criação de riqueza” (Conferência Internacional Cidades e Portos, 2004, p. 20). “As cidades portuárias estão na vanguarda das novas transformações e, por isso mesmo, enfrentam com maior intensidade os desafios da globalização, de tal forma que os espaços urbanos e portuários, se veem afetados por uma metamorfose com incidência na prática das atividades em que se concentram” (Conferência Internacional Cidades e Portos, 2004, p. 92). Sousa (2003, p. 102) acredita que “os Portos vão interferir no crescimento e estrutura econômica da região onde estão inseridos”, estando os Portos dependentes da diligência econômica da cidade, bem como dos sistemas de transportes terrestres e marítimos. 

Rafaela Marçal Teixeira Estatística Portuária – Impacto na gestão dos Portos

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