Grande parte das cidades que tiveram impacto na evolução do mundo
formaram-se a partir dos Portos, pois estes “assumiam um papel dinamizador da atividade econômica destes núcleos, funcionando como focos articulados de uma rede mundial,
continental ou regional de intercâmbios de bens e conhecimentos, com vocação e
capacidade para se transformar numa importante fonte de riqueza material e imaterial para
os seus habitantes” (Conferência Internacional Cidades e Portos, 2004, p. 92).
A evolução histórica das cidades está diretamente ligada aos Portos, explicando,
desta forma, a sua expansão e crescimento. Com o avançar do tempo, tem-se vindo a notar
que os Portos carecem de espaço para fazer face às expectativas de crescimento das suas
cidades (Conferência Internacional Cidades e Portos, 2004).
Uma cidade portuária que possui patrimônio portuário tem a sua identidade local
assegurada, o que favorece o desenvolvimento e aparecimento de novas atividades
portuárias (Conferência Internacional Cidades e Portos, 2004).
Da mesma forma que um Porto auxilia no desenvolvimento de uma cidade portuária,
é também essencial para a modernização desta, assumindo-se com um importante agente econômico .Como referido na Conferência Internacional Cidades e Portos (2004, p. 55), é
necessária uma visão abrangente que, por um lado, reveja o Porto como um ponto central no desenvolvimento econômico, e que, por outro lado, exponha a cidade como “um
elemento competitivo e de complementaridade”.
É necessário que uma cidade conheça o seu Porto e o Porto conheça a sua cidade, de
modo a que o processo de planificação seja mais coerente, sendo que a competitividade de
um Porto precisa da modernização de uma cidade. Para além disso, a acessibilidade de um
Porto está diretamente relacionada com a cidade, bem como a sua expansão, daí ser
necessária uma cooperação entre ambos (Conferência Internacional Cidades e Portos,
2004).
Apesar de existir um conflito constante entre a cidade e o Porto, estes ajudam-se
mutuamente, não sendo possível a existência de uma parte sem a outra. Como mencionado
na Conferência Internacional Cidades e Portos (2004), os Portos são parte integrante da
cidade, mais que não seja, pelo fato de consumirem os serviços por ela disponibilizados.
O ambiente que se pretende num Porto moderno é o de competitividade, ao nível da
captação de tráfego diversificado para que possa deste modo concorrer com Portos que
procuram o mesmo tipo de objetivos (Conferência Internacional Cidades e Portos, 2004).
Um Porto moderno deve, por si só, ser eficiente e competitivo, tendo sempre em
atenção que os custos deverão ser mínimos. Existem alguns fatores de competitividade que
caracterizam um Porto moderno , acessibilidade terrestre, infraestruturas e instalações adequadas às necessidades atuais;
relacionar-se não só com a comunidade portuária, mas com toda a cidade.
As alterações constantes que os Portos sofrem torna-os bons locais de acolhimento
para uma variedade de atividades ,requerendo adaptações constantes de modo a dar resposta às necessidades impostas.
Esta problemática existe tanto nos Portos como nas cidades.
O tempo necessário que um Porto leva a desenvolver-se, bem como toda a sua área
circundante, não corresponde ao tempo que a cidade leva a transformar-se.
Deste modo, o
diálogo entre as cidades e os Portos é importante no desenvolvimento econômico, sendo
também a chave do sucesso de uma cidade portuária .
Assim, não podemos considerar uma cidade portuária apenas uma porta de entrada
de mercadorias. Temos que a considerar como um “elemento de criação de riqueza”
(Conferência Internacional Cidades e Portos, 2004, p. 20).
“As cidades portuárias estão na vanguarda das novas transformações e,
por isso mesmo, enfrentam com maior intensidade os desafios da
globalização, de tal forma que os espaços urbanos e portuários, se veem
afetados por uma metamorfose com incidência na prática das atividades
em que se concentram” (Conferência Internacional Cidades e Portos,
2004, p. 92).
Sousa (2003, p. 102) acredita que “os Portos vão interferir no crescimento e estrutura econômica da região onde estão inseridos”, estando os Portos dependentes da diligência econômica da cidade, bem como dos sistemas de transportes terrestres e marítimos.
Rafaela Marçal
Teixeira
Estatística Portuária – Impacto na gestão dos
Portos
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