18 de nov. de 2017

O Judiciario direciona o Estivador no Conteiner

O ser estivador, muito mais do que uma função profissional é uma experiência de vida multifacetada. O ambiente de trabalho composto  com cultura e experiências individuais diversas, compõe uma realidade de rico aprendizado, seja no processo de absorção dos saberes técnicos passados dos mais velhos aos mais novos, ou pela relação da beira do cais   no dia a dia de cada engajamento. A imagem da categoria pode ser pensada através da arte de estivar, de organizar e arrumar as cargas nos navios , com suas diferentes atribuições profissionais guincheiro,portolo,sinaleiro,contra mestre ,empilhadeira ,carreterio ,tratorista ,peação e terno nas mas diversas funções braçais . 

 O significado de ser estivador transcende o ambiente de trabalho e projeta-se como modo de vida. 
 O simbolismo que representa o estivador está atrelado aos seus afazeres profissionais, com seu status social e financeiro, ou seja,  uma identidade de classe  lutadora  na união  em prol de um objetivo comum o respeito social  .

Em  1965 circula no cais santista o primeiro contêiner, se passou 15 anos ate a inauguração do seu primeiro terminal de contêiner o Tecon em 1981 .Mas  que transformação percorreu o Porto de santos em 52 anos desde a atracação do navio Mormacdawn.
Em 1995 ocorre a primeira concessão para um terminal de conatiner a Libra t37.
.Em 1997 o Tecon e arrendado na bolsa de valores criando a SantosBrasil .Em 1998 o Grupo Libra consegue a concessão do Terminal 35 e o Tecondi tem a concessão do Saboo.Em 2001 A Santos Brasil aumenta seu costado em 250 m.Em 2009 o grupo libra adquiri o Terminal 33 .Em 2010 a Santos Brasil passa a ter 960 m de costado.
Em 2013 entra em operação o brasil terminal  portuário  e a Embraport.

O que seria uma grande conquista para o Porto e sua comunidade trás junto a cobiça ao ganho da mão de obra avulsa ,gerando greves e manifestações , com as mais variadas bandeiras que foi desde  a importação de mão de obra ,imposição do novo perfil , desrespeito a cultura e tradição local , não aplicação da convenção 137 da OIT e a proibição de portar  celulares em suas dependências  . 
Mas um grande problema enfrentado pelos estivadores em tempo de democracia  esta nos tribunais de justiça e a opinião de mercado de suas excelências , mesmo sendo funcionários públicos e responsáveis pelo bem estar social da comunidade . 
Em mais uma decisão na batalha jurídica entre estiva e terminais de contêineres do Porto de Santos, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso negou recurso do Sindicato dos Estivadores de Santos e Região (Sindestiva) e manteve a escalação de 75% de estivadores inscritos no OGMO no modelo com vinculo mensal  e 25% de estivadores inscritos no OGMO no modelo Avulso nas operações.Mesmo com a postura anti 137 da OIT dos mesmo terminais portuários. 
Sem conta que os estivadores avulsos estão operando o dobro de conteiner vazios  o que significa uma menor remuneração ,para alguns e um presente dos gestores e seus coordenadores de operações .

O equivoco  social , se da quando o Tribunal Superior do Trabalho (TST) elimina a paridade de avulsos e vinculados e estipulou um cronograma para utilização cada vez maior de trabalhadores próprios nas empresas.Dos  50% de inscritos ao Ogmo via modelo avulso  e 50% de inscritos ao OGMO no regime de contrato mensal  .O que torna a decisão um equivoco de força maior e não obrigatoriedade do TST ao operadores portuários dos terminais de conteiner do porto de santos da aplicação da Convenção 137 da OIT , nos quesitos de requalificação pra outras funções e indenização a mão de obra não aproveitada .Ainda mais pelos terminais em questão  não serem automatizados nem possuírem na área operacional porcentagem minima de automação satisfatória. 

Recentemente, no TST, a estiva chegou a obter pareceres favoráveis do vice-ministro da Corte, Emmanoel Pereira, posteriormente derrubados por decisões do presidente do Tribunal, Ives Gandra Martins Filho.

Então de acordo com o interesse empresarial o Judiciário brasileiro  deu as empresas o direto de eliminar a mão de obra avulsa sem pagar nada em troca .Algo que somente aconteceria no pais do jeitinho brasileiro .Rasgando o protocolo da OIT em ralação ao trabalho portuário .

Ficando claro ,nítido e transparente o desrespeito aos preceitos culturais e portuários de boas maneiras na relação capital trabalho em busca de  convivência  pacifica  e benéfica aos trabalhadores que são a matriz econômica da cidade portuária com sua massa salarial .Tal decisão deixa transparecer que aos olhos do judiciário e mais importante o ganho empresarial do que as relações sociais nas cidades onde estão instaladas estas empresas  .
Que comprovaram que em nome da redução de custo a qualquer custo desrespeitaram a cultura portuária e o bem estar social de seus prestadores de serviço .

Um comentário:

  1. Bom dia:Simão esta corrétissimo em suas falas as autoridades que teriam que ser impárciais são totalmente comprometidas com os empresários que só pensam em seus altos lucros,júdiciario,legislátivo e executivo estão todos comprometidos em tão sómente esmagarem a classe trabalhadora a qualquér preço e é em todos os segmentos da sociedade,e a falta de únião entre os trabalhadores favorece as autoridades a cada vez mais destruírem tudo que foi construído debaixo de muita luta suór e lágrimas,sou estivador aposentado desde 2004 e tenho muito orgúlho de ter ajudado a construir um pouco de tudo que eles estão destuíndo,cheguei ao cais em 1969 o cais só ia até o 29,e participei de toda essa modernização infelismente tudo que está acontecendo grande parte da culpa é nóssa mesmo e dos nóssos dirigentes,pois como na política todos que adentraram a todos os síndicatos do porto pensaram mais em se dar bem pois éramos para ser o maiór síndicato do Brasil e da América Látina poderiamos ter um sídicato com médicos,dentistas advogados e toda a estrútura de respeito éramos para ser os distribuidores de máquinas e todos os equipámentos de estivágem,tinhámos tres líderes que poderiam parar todo o Brasil mas o salto alto e o ego não deixaram que isso acontecesse,são eles Vanderlei,Jarrão e Telma de Souza essa únião resúltaria em uma foça tremenda mas voltada para os interesses do trabalhador e da nóssa cidade mas tudo isso ficou só no sonho,mas mesmo assim amo a minha estiva e espero que o Ney e os estivadores consigam reverter tudo isso um grande abraço e fiquem com D´us!!!!!!!!!!

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