3 de ago. de 2018

O Viajante da lingada

Nesse porto nascemos
Nesse cais fomos jogados
Como um conteiner vazio
jogado ao relento a sorte do tempo

Ah, mantenha seus olhos na cabo, suas mãos na carga
No fundo do porão  prestem atenção
Essas são as regras para os que gostam de aproveitar seu tempo livre
O risco esta no ar 
Por isso 
O momento de hesitar termina no costado 
Não há tempo para lamentações


Para o estivador a carga não e uma estranha 
Navios parecem feios quando você está sozinho
O porão se torna   cruel quando você esta exausto 
O oxigênio foge dos pulmões no espaço confinado do porão
Sendo somente alcançado 
Ao escalar a escada de quebra peito

Nesse porto nascemos
Nesse cais fomos jogados
Como um conteiner vazio
Labutando ao relento a sorte do tempo

Se achas que atravessando o conteiner no costado 
E falando na TV destemperos
eu irei  embora com uma mão na frente e outra atras
Este é o plano elaborado
Uma selvageria com um grande orçamento

Você esquece que 
O estivador e o 
Viajante da lingada 

Na chuva de racha 
No sol de lasca
Na insalubridade da carga perigosa 
No rechego de sufocar 
Cenas estranhas de uma área mecanizada
Onde o risco portuário 
E parceiro de lingada
No costado , no convés ou no porão

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