Não se pode ter tolerância com intolerantes.
"A tolerância ilimitada leva ao desaparecimento da tolerância. Se estendermos a tolerância ilimitada mesmo aos intolerantes, e se não estivermos preparados para defender a sociedade tolerante do assalto da intolerância, então, os tolerantes serão destruídos e a tolerância com eles. Devemo-nos, então, reservar, em nome da tolerância, o direito de não tolerar o intolerante."
Patrões levam empresa de trabalho de Estiva no porto de Lisboa à falência, descartam 150 trabalhadores e contratam outros mais baratos. Com o silêncio do governo socialista português na muralha de Lisboa.
O porto de Lisboa vive dias agitados, desde que a Associação - Empresa de Trabalho Portuário de Lisboa (AETPL) foi declarada insolvente deixando os estivadores a ver navio, em março, a pedido das sete operadoras portuárias que a detinham. Já em Estado de Emergência, o mesmo septeto veio a contratar, através de duas empresas de trabalho portuário alternativo, 89 novos trabalhadores. Por causa disso, há uma semana que estão em greve os outros 150 estivadores, dos próprios quadros das sete operadoras portuárias, e as cargas dos navios são movimentadas pelos inexperientes, com notícia de atrasos e incidentes perigosos.
Onde já se, verificou mais uma queda de conteiner no costado, os portos de todo o mundo, mesmo quando operados por estivadores profissionais, têm dos mais elevados índices de sinistralidade e fatalidades. A beira do cais e um local super perigoso e traiçoeiro.
Do grupo turco Yilport, o maior operador do porto de Lisboa, através da Liscont, Sotagus e Multiterminal, o administrador Diogo Marecos nega "qualquer aumento de incidentes". Também ex-administrador da AETPL, Marecos alega que os trabalhadores contratados em abril receberam "formação mínima exigida por lei" e "adicional". Mas admite demoras nas operações: "Podemos ter, aqui e acolá, alguns constrangimentos. Não vamos dizer que uma pessoa com três semanas de experiência tem o mesmo desempenho de quem trabalha há três anos", refere.
Demissões camufladas.
Na origem próxima do conflito laboral está a decisão dos donos da AETPL de requererem a falência desta empresa, que tinha 149 trabalhadores à disposição das sete operadoras portuárias.
O passivo da AETPL era de 73 mil euros, mas, a 3 de março, o Tribunal de Comércio de Lisboa declarou a insolvência. O administrador de insolvência nomeado, António Taveira, ordenou o seu encerramento e a cessação dos contratos de trabalho na véspera da declaração do Estado de Emergência.
Correria no convés, foi se como se já era sabido pelos sete operadores o que seria assinado no palácio.
O SEAL já requereu ao tribunal uma assembleia de credores e que declare a insolvência "culposa", pois, os sócios da AEPTL "eram também os únicos clientes da mesma", cabendo-lhes "definir o preço a pagar pela utilização de cada trabalhador, sendo que, há 10 anos que esse preço era inferior ao custo real. O objetivo da insolvência foi promover uma demissão coletiva e partir a organização dos estivadores em Lisboa. Os empresários como desculpa alegam que a empresa faliu por causa dos "conflitos laborais" e dos "elevados salários". Contraditório, pois, a empresa ETE Prime, do Grupo ETE, tentou contratar no mesmo dia em que anunciaram que os estivadores não eram mais trabalhador da A-ETPL, para os quadros da nova empresa com as mesmas condições. A proposta foi feita para 13 homens, um grupo mínimo de registros.
Nossa que desculpe sem base os estivadores portugueses não têm salários como os alemães e nem como os belgas. Então como dizer que tem elevados salários.
A adesão à greve é quase de 100%, assume o administrador do Yilport, garantindo, porém, que a estiva está a funcionar e os navios estão a escalar o porto de Lisboa.
O SEAL cobra responsabilidade social do administrador de insolvência António Taveira por ignorar todas as solicitasões dos trabalhadores, incluindo um plano de recuperação da AETPL, e já requereu ao tribunal a sua substituição. Questiona, de resto, como pôde o advogado António Taveira ser nomeado para aquela função, se, ainda em maio de 2019, tinha sido detido pela Polícia, por suspeita de corrupção, e libertado sob fiança. Na sentença em que declarou a insolvência da AETPL, o juiz de comércio de Lisboa Duarte Nunes diz que o nomeou por sorteio.
As coincidências e celeridades no ato não cheiram bem, mas o governo continua em silêncio.
Os empresários portuários portugueses usaram como arma contra os estivadores a pandemia e a segunda foi a declaração do estado de emergência, impedindo a entrada no porto dos estivadores para garantir os serviços mínimos durante o movimento social.
O fato é que os estivadores se mantêm unidos em torno do Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística (SEAL) que vem demostrando que a Liscont, esta a substituindo estivadores por motoristas de Faro, que não têm formação para exercer a atividade.
Na empresa Sotagus, iniciaram hoje de manhã a formação de algumas dezenas de pessoas, o que pode configurar uma clara violação do estado de emergência.
A atual situação do porto de Lisboa resulta de uma estratégia dos operadores portuários para substituírem os 134 estivadores registros e 15 cadastros da A-ETPL, que está em processo de insolvência, por outros trabalhadores contratados por empresas paralelas, em que, tal como já acontecia na A-ETPL, as empresas de estiva são, simultaneamente, os únicos acionistas e clientes.
Os operadores portuários de Lisboa estão contratando seguranças, para fazer o trabalho de estivadores, para o qual não têm nenhuma habilitação, quer para, naturalmente, tentando intimidar a metade dos estivadores do Porto de Lisboa que ainda têm autorização para trabalhar. O SEAL entende que o processo de insolvência da A-ETPL não está concluído e que a empresa ainda não está fechada, ao contrário dos operadores portuários, que consideram que a A-ETPL já está definitivamente encerrada e os trabalhadores despedidos, após sentença do Tribunal do Comércio de Lisboa.
O que é certo é que em 2018, sindicato e patrões assinavam um acordo sob o auspício do governo em que se garantia que a única empresa que ia encerrar era precisamente a Porlis, empresa de grande concentração de trabalho precário e com piores condições que as da A-ETPL.
O que figura na muralha de lisboa e uma conivência entre as empresas e o governo e que essa é a única explicação para o silêncio?
As respostas estão vindos de outros portos não somente com palavras, mas com ações.
ETF Dockers' Section e ITF Dockers ficam em solidariedade com IDC International Dockworkers Council e SEAL-Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística.
Os nossos camaradas portugueses no Porto de Lisboa estão empenhados numa luta duradoura contra demissões coletivas e práticas desleais, incluindo a utilização de pessoal externo para operações portuárias.
Em apoio à sua luta contra estas práticas ilegais, dirigimos hoje o Capitão e a tripulação do navio Nordica, dirigindo-se para o Porto de Rotterdan.
O navio foi manuseado em Portugal por trabalhadores não profissionais de estiva, enquanto apenas os verdadeiros dockers devem fazer o trabalho.
A nossa mensagem é clara: tarefas pertencentes a dockers devem ser realizadas por dockers!
Bloqueio solidário sueco contra o navio de contentor Wes Janine, carregado por fura greve trabalhando sem uma CBA no porto de Lisboa.
A partir das 6 (h), foi criado um bloqueio contra o navio Wes Janine em todos os portos suecos.
O navio foi carregado por trabalhadores externos sem uma CBA no porto de Lisboa, Portugal, no início de maio. A operação foi o mais recente passo num esforço sem vergonha dos empregadores portuários para explorar a crise global da COVID 19, de modo a se livrar dos estivadores organizados e do seu SEAL.
A União de Dockworks Sueca foi informada sobre a chegada do navio aos terminais APM em Gotemburgo e recebeu um pedido de ação solidariedade contra ele do SEAL.
Os estivadores suecos responderam que faremos o que pudermos para ajudar.
Hoje, o navio de conteineres Wes Gesa, totalmente operado pela Scabs em Lisboa, foi bloqueado, numa operação de cruzada de braços pelos Dockers dinamarqueses em apoio aos Dockworks de Lisboa, que lutam para recuperar os seus empregos!
Always in solidarity!
Don't Fuck my Job!
An injury to one is an injury to All!
If we are TOGETHER it's impossible to fail!
We'll never walk alone!
https://www.jn.pt/local/noticias/lisboa/lisboa/estivadores-em-greve-contra-troca-de-colegas-experientes-por-aprendizes-12195391.html?fbclid=IwAR0iHEcA6p0GNPj4BdDl--b2-3iinvYyJwIbjKtPdTe54VtvNzAeGlfT8Kc
"A tolerância ilimitada leva ao desaparecimento da tolerância. Se estendermos a tolerância ilimitada mesmo aos intolerantes, e se não estivermos preparados para defender a sociedade tolerante do assalto da intolerância, então, os tolerantes serão destruídos e a tolerância com eles. Devemo-nos, então, reservar, em nome da tolerância, o direito de não tolerar o intolerante."
Patrões levam empresa de trabalho de Estiva no porto de Lisboa à falência, descartam 150 trabalhadores e contratam outros mais baratos. Com o silêncio do governo socialista português na muralha de Lisboa.
O porto de Lisboa vive dias agitados, desde que a Associação - Empresa de Trabalho Portuário de Lisboa (AETPL) foi declarada insolvente deixando os estivadores a ver navio, em março, a pedido das sete operadoras portuárias que a detinham. Já em Estado de Emergência, o mesmo septeto veio a contratar, através de duas empresas de trabalho portuário alternativo, 89 novos trabalhadores. Por causa disso, há uma semana que estão em greve os outros 150 estivadores, dos próprios quadros das sete operadoras portuárias, e as cargas dos navios são movimentadas pelos inexperientes, com notícia de atrasos e incidentes perigosos.
Onde já se, verificou mais uma queda de conteiner no costado, os portos de todo o mundo, mesmo quando operados por estivadores profissionais, têm dos mais elevados índices de sinistralidade e fatalidades. A beira do cais e um local super perigoso e traiçoeiro.
Do grupo turco Yilport, o maior operador do porto de Lisboa, através da Liscont, Sotagus e Multiterminal, o administrador Diogo Marecos nega "qualquer aumento de incidentes". Também ex-administrador da AETPL, Marecos alega que os trabalhadores contratados em abril receberam "formação mínima exigida por lei" e "adicional". Mas admite demoras nas operações: "Podemos ter, aqui e acolá, alguns constrangimentos. Não vamos dizer que uma pessoa com três semanas de experiência tem o mesmo desempenho de quem trabalha há três anos", refere.
Demissões camufladas.
Na origem próxima do conflito laboral está a decisão dos donos da AETPL de requererem a falência desta empresa, que tinha 149 trabalhadores à disposição das sete operadoras portuárias.
O passivo da AETPL era de 73 mil euros, mas, a 3 de março, o Tribunal de Comércio de Lisboa declarou a insolvência. O administrador de insolvência nomeado, António Taveira, ordenou o seu encerramento e a cessação dos contratos de trabalho na véspera da declaração do Estado de Emergência.
Correria no convés, foi se como se já era sabido pelos sete operadores o que seria assinado no palácio.
O SEAL já requereu ao tribunal uma assembleia de credores e que declare a insolvência "culposa", pois, os sócios da AEPTL "eram também os únicos clientes da mesma", cabendo-lhes "definir o preço a pagar pela utilização de cada trabalhador, sendo que, há 10 anos que esse preço era inferior ao custo real. O objetivo da insolvência foi promover uma demissão coletiva e partir a organização dos estivadores em Lisboa. Os empresários como desculpa alegam que a empresa faliu por causa dos "conflitos laborais" e dos "elevados salários". Contraditório, pois, a empresa ETE Prime, do Grupo ETE, tentou contratar no mesmo dia em que anunciaram que os estivadores não eram mais trabalhador da A-ETPL, para os quadros da nova empresa com as mesmas condições. A proposta foi feita para 13 homens, um grupo mínimo de registros.
Nossa que desculpe sem base os estivadores portugueses não têm salários como os alemães e nem como os belgas. Então como dizer que tem elevados salários.
A adesão à greve é quase de 100%, assume o administrador do Yilport, garantindo, porém, que a estiva está a funcionar e os navios estão a escalar o porto de Lisboa.
O SEAL cobra responsabilidade social do administrador de insolvência António Taveira por ignorar todas as solicitasões dos trabalhadores, incluindo um plano de recuperação da AETPL, e já requereu ao tribunal a sua substituição. Questiona, de resto, como pôde o advogado António Taveira ser nomeado para aquela função, se, ainda em maio de 2019, tinha sido detido pela Polícia, por suspeita de corrupção, e libertado sob fiança. Na sentença em que declarou a insolvência da AETPL, o juiz de comércio de Lisboa Duarte Nunes diz que o nomeou por sorteio.
As coincidências e celeridades no ato não cheiram bem, mas o governo continua em silêncio.
Os empresários portuários portugueses usaram como arma contra os estivadores a pandemia e a segunda foi a declaração do estado de emergência, impedindo a entrada no porto dos estivadores para garantir os serviços mínimos durante o movimento social.
O fato é que os estivadores se mantêm unidos em torno do Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística (SEAL) que vem demostrando que a Liscont, esta a substituindo estivadores por motoristas de Faro, que não têm formação para exercer a atividade.
Na empresa Sotagus, iniciaram hoje de manhã a formação de algumas dezenas de pessoas, o que pode configurar uma clara violação do estado de emergência.
A atual situação do porto de Lisboa resulta de uma estratégia dos operadores portuários para substituírem os 134 estivadores registros e 15 cadastros da A-ETPL, que está em processo de insolvência, por outros trabalhadores contratados por empresas paralelas, em que, tal como já acontecia na A-ETPL, as empresas de estiva são, simultaneamente, os únicos acionistas e clientes.
Os operadores portuários de Lisboa estão contratando seguranças, para fazer o trabalho de estivadores, para o qual não têm nenhuma habilitação, quer para, naturalmente, tentando intimidar a metade dos estivadores do Porto de Lisboa que ainda têm autorização para trabalhar. O SEAL entende que o processo de insolvência da A-ETPL não está concluído e que a empresa ainda não está fechada, ao contrário dos operadores portuários, que consideram que a A-ETPL já está definitivamente encerrada e os trabalhadores despedidos, após sentença do Tribunal do Comércio de Lisboa.
O que é certo é que em 2018, sindicato e patrões assinavam um acordo sob o auspício do governo em que se garantia que a única empresa que ia encerrar era precisamente a Porlis, empresa de grande concentração de trabalho precário e com piores condições que as da A-ETPL.
O que figura na muralha de lisboa e uma conivência entre as empresas e o governo e que essa é a única explicação para o silêncio?
As respostas estão vindos de outros portos não somente com palavras, mas com ações.
ETF Dockers' Section e ITF Dockers ficam em solidariedade com IDC International Dockworkers Council e SEAL-Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística.
Os nossos camaradas portugueses no Porto de Lisboa estão empenhados numa luta duradoura contra demissões coletivas e práticas desleais, incluindo a utilização de pessoal externo para operações portuárias.
Em apoio à sua luta contra estas práticas ilegais, dirigimos hoje o Capitão e a tripulação do navio Nordica, dirigindo-se para o Porto de Rotterdan.
O navio foi manuseado em Portugal por trabalhadores não profissionais de estiva, enquanto apenas os verdadeiros dockers devem fazer o trabalho.
A nossa mensagem é clara: tarefas pertencentes a dockers devem ser realizadas por dockers!
Bloqueio solidário sueco contra o navio de contentor Wes Janine, carregado por fura greve trabalhando sem uma CBA no porto de Lisboa.
A partir das 6 (h), foi criado um bloqueio contra o navio Wes Janine em todos os portos suecos.
O navio foi carregado por trabalhadores externos sem uma CBA no porto de Lisboa, Portugal, no início de maio. A operação foi o mais recente passo num esforço sem vergonha dos empregadores portuários para explorar a crise global da COVID 19, de modo a se livrar dos estivadores organizados e do seu SEAL.
A União de Dockworks Sueca foi informada sobre a chegada do navio aos terminais APM em Gotemburgo e recebeu um pedido de ação solidariedade contra ele do SEAL.
Os estivadores suecos responderam que faremos o que pudermos para ajudar.
Hoje, o navio de conteineres Wes Gesa, totalmente operado pela Scabs em Lisboa, foi bloqueado, numa operação de cruzada de braços pelos Dockers dinamarqueses em apoio aos Dockworks de Lisboa, que lutam para recuperar os seus empregos!
Always in solidarity!
Don't Fuck my Job!
An injury to one is an injury to All!
If we are TOGETHER it's impossible to fail!
We'll never walk alone!
https://www.jn.pt/local/noticias/lisboa/lisboa/estivadores-em-greve-contra-troca-de-colegas-experientes-por-aprendizes-12195391.html?fbclid=IwAR0iHEcA6p0GNPj4BdDl--b2-3iinvYyJwIbjKtPdTe54VtvNzAeGlfT8Kc
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