Navios perdem mais de 500 contêineres por ano no mar devido a acidentes e amarrações ruins.Em certas ocasiões, os contêineres que os navios transportam não chegam ao seu destino devido a acidentes, colisões, naufrágio ou devido a uma amarração inadequada.
O World Shipping Council (WCL), uma entidade que representa as principais companhias marítimas do mundo, produz um relatório a cada três anos sobre a carga que os navios contêineiros perdem anualmente. O último, que data de 2017, coloca 568 contêineres perdidos no período 2008 – 2016.
No mesmo ano, apenas alguns dias atrás, o navio APL ENGLAND, um contêineiro com capacidade para 5.780 TEU, perdeu cerca de 50 contêineres na costa de New South Wales, na Austrália. Além disso, 74 contêineres ficaram avariados a bordo do navio.
A APL England estava cobrindo a rota entre a China e a Austrália, quando em 24 de maio perdeu a carga.
A Autoridade Australiana de Segurança Marítima (AMSA) explicou que o navio chegou à ancoragem do porto de Brisbane, onde uma equipe de inspetores estabeleceu as condições estruturais e operacionais do navio após o colapso das pilhas de contêineres.
No convés os contêineres continham eletrodomésticos, materiais de construção e suprimentos médicos.
As autoridades australianas apresentaram acusações contra o capitão da APL England e tomaram medidas para garantir que proprietários e operadores assumam a responsabilidade financeira por danos resultantes de contêineres que caíram do navio nas águas ao sul de Sydney, na Austrália.
Essas ações ocorreram apenas um dia depois que a Autoridade Australiana de Segurança Marítima (AMSA) anunciou que estava prendendo a APL England depois de encontrar deficiências que eles acreditavam terem contribuído para o acidente.
Acusação contra o capitão do navio
O capitão da APL England está sendo acusado de crimes relacionados à poluição e / ou danos ao meio ambiente marinho australiano, como resultado de carregamento inadequado. A AMSA também está buscando uma garantia financeira de US $ 22 milhões das seguradoras do navio para cobrir o custo estimado de reparo e limpeza do meio ambiente local.
"Este e outros incidentes nos lembram o importante papel do capitão do navio em garantir que os navios que navegam em nossas águas sejam operados com segurança e não prejudiquem o meio ambiente marinho", disse Allan Schwartz, gerente geral de operações da AMSA.
Dispositivos de ancoragem inadequados
Além de registrar acusações contra o capitão, a AMSA também tomou medidas adicionais para garantir que o proprietário, APL Singapore, o operador, ANL e sua seguradora, Steamship Mutual, fossem responsáveis pelos esforços de reparo. "Até hoje, a AMSA impôs um requisito adicional ao proprietário do navio sob a Lei de Proteção dos Mares, que deve ser cumprida antes que o navio seja libertado da detenção", disse Schwartz.
Os inspetores australianos, que embarcaram no navio depois que ele aportou em Brisbane, determinaram que os dispositivos de ancoragem da carga eram inadequados e encontraram forte corrosão nos pontos de fixação do convés. Como resultado, a APL England foi oficialmente detida no porto e, de acordo com as autoridades locais, não será libertada até que as sérias deficiências sejam corrigidas.
"Congratulamo-nos com a ANL assumindo a responsabilidade contratando pessoal para limpar a costa e recuperar alguns dos contêineres flutuantes esta semana, mas os impactos desse incidente podem levar meses, se não anos, para remediar. Esperamos que esses esforços continuem pelo tempo que for necessário”, concluiu Schwartz.
Olhando o passado
No passado, a AMSA agia contra outras empresas de transporte. Em 2018, o navio YM EFFICIENCY perdeu 81 contêineres ao mar em um incidente semelhante perto de Newcastle, na Austrália. A recuperação desses contêineres foi concluída recentemente, enquanto a AMSA continua se esforçando para recuperar os custos associados à limpeza do proprietário do navio, Yang Ming, e sua seguradora Britannia P&I.
De acordo com um levantamento do World Shipping Council, em média 675 contêineres em 2010, em 2014, 2015 e 2016 ha uma média de 1.390 conteineres por ano que acabam no fundo dos oceanos, mas qual o impacto gerado pela presença desse corpo estranho pode alterar o ambiente marinho.
A realidade é que a perda de carga está longe de ser normal. Em agosto de 2018 o MSC Chloe, perdeu outros 13 conteineres na costa de Durban, na África e o 'MSC Zoe' perdeu 291 contêineres que foram atracar nas praias alemães e holandesas.
Em 20 de janeiro de 2018, quando a conteineiro de bandeira britânica CMA CGM G. Washington enfrentou mares muito pesados no Oceano Pacífico Norte, enquanto passava de Xiamen, na China, para Los Angeles, EUA e perdeu 137 contêineres para o mar.
O navio GOLF ARGO, afundou nas águas de Bangladesh à noite 12 de setembro de 2019, com 152 contêineres a bordo, com destino a Calcutá, na Índia.
Na maioria das vezes esses acidentes ocorrem quando o mar está muito agitado ou quando empresas declaram peso menor que o real para os contêineres que estão despachando.
Os pesquisadores americanos Andrew DeVogelaere e Jim Barry coordenam um trabalho para entender melhor qual é o efeito dos contêineres sobre o ambiente marinho.
A pesquisa ainda não foi encerrada, mas eles já verificaram que o aparecimento do bloco metálico alterou a ecologia no local. Em volta do contêiner perdido, foram encontradas espécies diferentes das que normalmente habitam as imediações, já que ali há apenas um fundo arenoso, além dessa alteração, o contêiner serviu de “parada” para seres vivos que estão migrando para outros pontos, oferecendo um substrato sólido para se fixarem.
Muitas destas cargas saem dos conteineres ficam ao de sabor das mares e apareceram em ilhas e praias de diferentes países, como Irlanda, Austrália, Brasil, Bahamas, Bermudas, Escócia, França e Portugal.
O Maersk Shanghai, viajava pela costa leste dos EUA, de Norfolk, no Estado da Virgínia, até Charleston, na Carolina do Sul. Na tarde do dia 3 de março de 2018, próximo à costa da Carolina do Norte, o navio enfrentou uma tempestade. Enquanto encarava ventos fortes e um mar agitado, uma pilha de contêineres caiu no mar.À época, aeronaves foram enviadas para localizar a carga e localizaram nove contêineres boiando, mas sete teriam afundado mais tarde.
O World Shipping Council, que representa a indústria de transporte marítimo internacional, estima que dos 218 milhões de contêineres transportados anualmente, apenas 1 mil caem no mar. Mas ao pesquisar se acredita que esse número seja bem maior.
https://www.naucher.com/actualidad/los-buques-pierden-mas-de-500-contenedores-al-ano-en-el-mar-por-los-accidentes-y-el-mal-trincaje/?fbclid=IwAR1yyNOmejGykKK5_I2Ihet2ULwNiKCw08tTB_ARUJUsNBsp3ymDf3K18WM
O World Shipping Council (WCL), uma entidade que representa as principais companhias marítimas do mundo, produz um relatório a cada três anos sobre a carga que os navios contêineiros perdem anualmente. O último, que data de 2017, coloca 568 contêineres perdidos no período 2008 – 2016.
No mesmo ano, apenas alguns dias atrás, o navio APL ENGLAND, um contêineiro com capacidade para 5.780 TEU, perdeu cerca de 50 contêineres na costa de New South Wales, na Austrália. Além disso, 74 contêineres ficaram avariados a bordo do navio.
A APL England estava cobrindo a rota entre a China e a Austrália, quando em 24 de maio perdeu a carga.
A Autoridade Australiana de Segurança Marítima (AMSA) explicou que o navio chegou à ancoragem do porto de Brisbane, onde uma equipe de inspetores estabeleceu as condições estruturais e operacionais do navio após o colapso das pilhas de contêineres.
No convés os contêineres continham eletrodomésticos, materiais de construção e suprimentos médicos.
As autoridades australianas apresentaram acusações contra o capitão da APL England e tomaram medidas para garantir que proprietários e operadores assumam a responsabilidade financeira por danos resultantes de contêineres que caíram do navio nas águas ao sul de Sydney, na Austrália.
Essas ações ocorreram apenas um dia depois que a Autoridade Australiana de Segurança Marítima (AMSA) anunciou que estava prendendo a APL England depois de encontrar deficiências que eles acreditavam terem contribuído para o acidente.
Acusação contra o capitão do navio
O capitão da APL England está sendo acusado de crimes relacionados à poluição e / ou danos ao meio ambiente marinho australiano, como resultado de carregamento inadequado. A AMSA também está buscando uma garantia financeira de US $ 22 milhões das seguradoras do navio para cobrir o custo estimado de reparo e limpeza do meio ambiente local.
"Este e outros incidentes nos lembram o importante papel do capitão do navio em garantir que os navios que navegam em nossas águas sejam operados com segurança e não prejudiquem o meio ambiente marinho", disse Allan Schwartz, gerente geral de operações da AMSA.
Dispositivos de ancoragem inadequados
Além de registrar acusações contra o capitão, a AMSA também tomou medidas adicionais para garantir que o proprietário, APL Singapore, o operador, ANL e sua seguradora, Steamship Mutual, fossem responsáveis pelos esforços de reparo. "Até hoje, a AMSA impôs um requisito adicional ao proprietário do navio sob a Lei de Proteção dos Mares, que deve ser cumprida antes que o navio seja libertado da detenção", disse Schwartz.
Os inspetores australianos, que embarcaram no navio depois que ele aportou em Brisbane, determinaram que os dispositivos de ancoragem da carga eram inadequados e encontraram forte corrosão nos pontos de fixação do convés. Como resultado, a APL England foi oficialmente detida no porto e, de acordo com as autoridades locais, não será libertada até que as sérias deficiências sejam corrigidas.
"Congratulamo-nos com a ANL assumindo a responsabilidade contratando pessoal para limpar a costa e recuperar alguns dos contêineres flutuantes esta semana, mas os impactos desse incidente podem levar meses, se não anos, para remediar. Esperamos que esses esforços continuem pelo tempo que for necessário”, concluiu Schwartz.
Olhando o passado
No passado, a AMSA agia contra outras empresas de transporte. Em 2018, o navio YM EFFICIENCY perdeu 81 contêineres ao mar em um incidente semelhante perto de Newcastle, na Austrália. A recuperação desses contêineres foi concluída recentemente, enquanto a AMSA continua se esforçando para recuperar os custos associados à limpeza do proprietário do navio, Yang Ming, e sua seguradora Britannia P&I.
De acordo com um levantamento do World Shipping Council, em média 675 contêineres em 2010, em 2014, 2015 e 2016 ha uma média de 1.390 conteineres por ano que acabam no fundo dos oceanos, mas qual o impacto gerado pela presença desse corpo estranho pode alterar o ambiente marinho.
A realidade é que a perda de carga está longe de ser normal. Em agosto de 2018 o MSC Chloe, perdeu outros 13 conteineres na costa de Durban, na África e o 'MSC Zoe' perdeu 291 contêineres que foram atracar nas praias alemães e holandesas.
Em 20 de janeiro de 2018, quando a conteineiro de bandeira britânica CMA CGM G. Washington enfrentou mares muito pesados no Oceano Pacífico Norte, enquanto passava de Xiamen, na China, para Los Angeles, EUA e perdeu 137 contêineres para o mar.
O navio GOLF ARGO, afundou nas águas de Bangladesh à noite 12 de setembro de 2019, com 152 contêineres a bordo, com destino a Calcutá, na Índia.
Na maioria das vezes esses acidentes ocorrem quando o mar está muito agitado ou quando empresas declaram peso menor que o real para os contêineres que estão despachando.
A pesquisa ainda não foi encerrada, mas eles já verificaram que o aparecimento do bloco metálico alterou a ecologia no local. Em volta do contêiner perdido, foram encontradas espécies diferentes das que normalmente habitam as imediações, já que ali há apenas um fundo arenoso, além dessa alteração, o contêiner serviu de “parada” para seres vivos que estão migrando para outros pontos, oferecendo um substrato sólido para se fixarem.
Muitas destas cargas saem dos conteineres ficam ao de sabor das mares e apareceram em ilhas e praias de diferentes países, como Irlanda, Austrália, Brasil, Bahamas, Bermudas, Escócia, França e Portugal.
O Maersk Shanghai, viajava pela costa leste dos EUA, de Norfolk, no Estado da Virgínia, até Charleston, na Carolina do Sul. Na tarde do dia 3 de março de 2018, próximo à costa da Carolina do Norte, o navio enfrentou uma tempestade. Enquanto encarava ventos fortes e um mar agitado, uma pilha de contêineres caiu no mar.À época, aeronaves foram enviadas para localizar a carga e localizaram nove contêineres boiando, mas sete teriam afundado mais tarde.
O World Shipping Council, que representa a indústria de transporte marítimo internacional, estima que dos 218 milhões de contêineres transportados anualmente, apenas 1 mil caem no mar. Mas ao pesquisar se acredita que esse número seja bem maior.
https://www.naucher.com/actualidad/los-buques-pierden-mas-de-500-contenedores-al-ano-en-el-mar-por-los-accidentes-y-el-mal-trincaje/?fbclid=IwAR1yyNOmejGykKK5_I2Ihet2ULwNiKCw08tTB_ARUJUsNBsp3ymDf3K18WM
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