15 de fev. de 2022

A desestatização da vida Portuária

Bom dia para todos os companheiros, teve um acidente, agora de manhã, fatal na operadora multi Rio, trabalhador caiu de cabeça e ambulância está indo para o local, a ambulância do Ogmo segundo informações o trabalhador faleceu, mais informações darei daqui a pouco.

Atenção, senhores é com muita dor que a gente tem que informar que o nosso companheiro e amigo Omar do bloco acabou de falecer no navio MSC Silva caindo da Escada quando desapeava o container no convés.

Mais um trabalhador portuário avulso evolui para óbito não foi por causa do agravamento pandêmico da covid 19, mas sim para o risco portuário. Neste caso foi no porto do Rio de janeiro, mas poderia ser em qualquer um dos pontos onde atracam navios no Brasil  O Ministério da Infraestrutura do governo Bolsonaro trabalha para ter, uma proposta para mudar a legislação que trata da contratação de trabalhadores portuários avulsos por meio dos Ogmos (Órgãos Gestores de Mão de Obra), mas não tem para desestatizar o risco no trabalhador portuário. No ano passado, o governo chegou a encampar uma tentativa de mudar a legislação para acabar com a chamada exclusividade dos Ogmos para fornecer mão de obra aos terminais portuários, por meio de um projeto de lei do deputado federal Julio Lopes (PP-RJ). Mas, devido a ameaças de paralisar os portos, a tentativa foi abortada.

O risco portuário e o lado mais defasado do mundo portuário brasileiro, mas na visão dos juízes das cortes brasileiras desde 1993 os portos brasileiros são modernos e desde 2012 são automatizados.

Ressalto que são os trabalhadores portuários avulsos que acabam pagando duas vezes pela desestatização do risco portuário brasileiro em nome do livre mercado. E abre uma janela de oportunidades inédita  e antecipada para a travessia dos mundos ao trabalhador portuário.

 Após o falecimento do Companheiro Omar Figueiroa, também conhecido por URUGUAIO, todos presentes, já em terra fizeram um minuto de silêncio em respeito ao companheiro, que tinha acabado de perder a vida.


Diante deste cenário, será necessário mergulhar no entendimento das exposições para cada tipo de carga e de navio que o trabalhador portuário avulso tem ao subir numa embarcação que e seu local de trabalho. Mas como integralizar os riscos para identificar possíveis ameaças se os gestores forçam a mão em uma ficção cientifica onde que seus terminais são automatizados. Pois, para aos trabalhadores portuários que ficam para trabalhar  continuam convivendo com os riscos inerentes à operação portuária que porventura existentes, na prática, mas são maquiados na gestão.

Os avanços tecnológicos nos portos e nas embarcações são o fator, chave do sucesso operacional, raiz da dinâmica da corrida pela alta produção.

Tal corrida trouxe consigo problemas antes inexistentes, ou pelo menos desprezíveis, pelos burocratas de gravata e suas consequências atingem a saúde do trabalhador, a integridade de seu corpo e em alguns casos evoluem para óbito.

A perda que sofreu a família e os trabalhadores em seu ambiente de trabalho e incalculável. Quando a morte ronda a beira do cais á sombra na carga de trabalho.

O MSC SILVIA (IMO: 9720457) é um Conteineiro construído em 2015 (há 7 anos) e navega sob bandeira de Portugal. A sua capacidade é de 9400 TEU e o seu calado atual é de 13 metros. Seu comprimento total (LOA) é de 299,88 metros e sua largura é de 48,32 metros.

Um comentário:

  1. Nós TPA'S do Sindicato dos Conferentes e Consertadores do Estado do Pará, lamentamos profundamente a perda deste companheiro do Bloco.
    Nossos mais sinceros sentimentos à família e a todos os companheiros do Porto do Rio de Janeiro.

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