As negociações pairam entre o sindicato dos estivadores e as companhias de navegação que obtêm lucros recordes em tempos de pandemia.
Em dezembro de 2021, às dez principais empresas de transporte
de capital aberto estavam a caminho de obter um lucro recorde de US$ 115
bilhões. A Maersk, a segunda maior empresa de transporte marítimo do mundo,
registrou seu trimestre mais lucrativo em 117 anos em novembro de 2021. Agora,
essa bonança de lucro é o pano de fundo das próximas negociações trabalhistas
entre estivadores e armadores. As negociações devem começar entre a
International Longshore and Warehouse Union -ILWU (sindicato dos estivadores) e
a Pacific Maritime Association (PMA) sobre um novo contrato antes que o atual
expire em 1º de julho.
As negociações trabalhistas que podem interromper as
operações chegam em um momento inconveniente para os armadores que estão
acumulando “lucros históricos nas costas dos estivadores da ILWU”.
Em negociações anteriores, as interrupções na cadeia de
suprimentos resultaram de táticas de pressão gerencial. Durante as negociações
de 2002, a PMA bloqueou os estivadores por 11 dias até que o presidente Bush
invocou a Lei Taft-Hartley para forçar a abertura dos portos. O contrato de
2002 introduziu novas tecnologias, como scanners e tecnologia de reconhecimento
de caracteres, enquanto o de 2008 autorizou explicitamente a automação. O pacto
mais recente, cujas disputas se transformaram em nove meses de operação apdrão
que só terminaram após a intervenção do governo Obama, ampliou a automação nos
portos. O último episódio da disputa de automação aconteceu em maio, quando a
Total Terminals International anunciou sua intenção de automatizar totalmente
suas operações em Long Beach. Em 2014, a PMA também encerrou os turnos de
trabalho noturno e final de semana. Mas essas táticas podem não ser
politicamente viáveis desta vez devido, ao consumismo da sociedade que vive em
bolha, à crise da cadeia de suprimentos. A aprovação de um projeto de lei de
armadores que regularia o mercado e o plano do presidente Biden para garantir
as operações portuárias 24 horas por dia, 7 dias por semana, indicam que o
governo e os membros bipartidários do Congresso estão priorizando a
flexibilização das questões da cadeia de suprimentos, mesmo ás custas dos
lucros das armadoras.
O salário básico por hora para os estivadores são de US$
46,23, de acordo com o último contrato ILWU-PMA. Então num turno de 6 horas
U$277,38 e de 8 horas 369,84 ao dia de trabalho. Então um estivador que trabalhe de segunda a sexta em turno de 6 horas terá trabalhado 120 horas recebera US$ 5,547,60 ao mês e no máximo em turno de 8 horas em seis dias na semana recebera US$8.876,16.
Em negociações anteriores, os armadores também tentaram
limitar a jurisdição do ILWU, tentando reduzir as funções realizadas pelos
trabalhadores sindicalizados, como se a PMA ao ir a um tribunal contratem-se
engenheiros para lhe representar nas questões jurídicas. Com essas questões
controversas os estivadores se prepararem para uma luta: “Pode haver uma
batalha em 2022. Esteja preparado”.
Os contratos devem expirar em 1º de julho de 2022.
Originalmente programados para terminar em 2019, os contratos foram estendidos
por mais três anos depois que cerca de dois terços dos membros do sindicato
votaram para alongá-los para evitar interrupções de carga em troca de salários
e pensões mais dignos socialmente.
As negociações para um novo contrato ainda não começaram
oficialmente, mas muitos navios vão atracar e desatracar na beira do cais até
um respeitoso aperto de mão entre as partes.
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