O trabalho portuário traduzido pela estiva e uma profissão regulamentada por uma relação de trabalho de ligação direta de caráter coletivo.
Para alguns, um ambiente exclusivamente masculino, ledo engano vários registros fotográficos do século passado demonstram o contrário, como em Ria Bilbaína e no Porto. Mas não podemos esquecer que tudo para uma mulher tem mais obstáculos, por um simples fato é ela a mãe.
São minoria nos portos americanos, belgas, brasileiros, espanhóis, franceses e portugueses, mas trabalham nas mesmas condições que seus companheiros de terno, homens. Sob um sol escaldante, debaixo d’água ou nas primeiras horas da manhã, arriscam suas vidas a dezenas de metros de altura ou nas profundezas dos porões dos navios para carregar e descarregar mercadorias. As mulheres estivadores rompem laços e levantam a voz para desmentir as vozes que acusam esse grupo de machista.” Somos mulheres estivadoras, existimos e estamos perfeitamente integradas nesse grupo heterogêneo, pareado e solidário. Fazemos parte de uma grande família, respeitada como qualquer outro membro do sindicato. Na Espanha as Mulheres Estivadoras, são presentes nos portos de Málaga, Bilbau, Tarragona, Castellón, Sevilha, Barcelona, Cádiz ou Las Palmas e Valência, sendo o último com o maior contingente com 20% da força de trabalho.
Na beira do cais as mulheres têm o mesmo salário dos homens. Mulheres nos portos, apeam, conferem, retiram e colocam twistlocks, limpam porões e conveses, são motoristas de empilhadeira, de trator, carreta e operadoras de guindaste, ponte rolante e porteiner . São parte atuante neste ambiente pintado em cores masculinas.
Mas ainda existe algemas queixas como a de quatro mulheres
estivadoras contra o ogmo que administra 29 portos na Costa Oeste dos Estados
Unidos, dizendo que perderam salários e antiguidade injustamente depois de
engravidar.
Mas como em qualquer profissão, tempo de casa e dedicação
plena se transformam em vantagens e a mulher ao queres se tornar mãe, acaba
perdendo horas de trabalho que no futuro farão falta.
Em 1985, três anos depois de um processo federal abrir
caminho para as mulheres se tornarem estivadoras nos portos de Los Angeles e
Long Beach, do total de estivadores 245 eram mulheres. Oito anos após a
assinatura do chamado "Decreto Dourado" - a ordem judicial que abriu
a beira do cais para as mulheres - foi eleita a primeira diretora-executiva do
sindicato dos estivadores.
O trabalho da estiva ficou mais fácil a partir da década de
80, com a mecanização Portuária trazendo mudanças dramáticas na forma como os
estivadores realizam seu trabalho.
Voltando para explicar o que levou as mulheres na beira do
cais em Los Angeles. Em 1979, um pequeno grupo de mulheres, a maioria, filhas
de estivadores, reclamou ao advogado A. Thomas Hunt que lhes haviam sido
negados empregos como escaladoras injustamente. Naquela época, disse Hunt,
havia 359 funcionários do sexo masculino e apenas uma mulher – e a mulher havia
sido admitida sob uma isenção especial que permite que esposas e filhas de
membros falecidos do sindicato preencham suas vagas.
Hunt foi ao Tribunal Distrital dos EUA e entrou com uma ação
coletiva de direitos civis contra o ILWU e a Pacific Maritime Assn. (PMA) (
OGMO americano). Embora o processo inicialmente buscasse apenas forçar a
contratação de mulheres como escaladoras, mais tarde foi expandido para incluir
também as funções de estiva. O caso foi finalmente resolvido em 1982 com o
Golden Decree, em homenagem a um dos queixosos originais. Exige que as mulheres
acabem por ocupar 20% de todos as vagas na beira do cais e 25% de todos os
empregos de escaladores. Para atingir essas metas, o sindicato e a PMA
atualmente são obrigados a oferecer 30% das vagas de escaladores e 35% das
vagas na beira do cais às mulheres.
No dia 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher. A data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975 para lembrar a luta e conquistas por igualdade das mulheres no mundo todo.
As reivindicações das mulheres por direitos iguais, mais
oportunidades e liberdade começou no século XIX com a luta pelo sufrágio
feminino, ou seja, o direito ao voto. Na década de 1960, o movimento lutou pela
ampliação de direitos legais e sociais, abordando temas como família, direitos
reprodutivos, sexualidade e mercado de trabalho.
Hoje, as mulheres estivadores estão presentes em muitos
portos, demonstrando que elas lutaram pelo direito de responder a escala e isso
gerou muitos avanços na condição social da comunidade portuária.
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