22 de mar. de 2022

Demissão de 800 por Zoom

 No dia 17 de março, a P&O Ferries no Reino Unido demitiu 800 trabalhadores em 30 minutos através de uma chamada, Zoom pré-gravada.

Além de ser insensível e desprezível, esse comportamento não apenas carece de qualquer forma de decência básica, ou de ética, mas parece ser uma violação flagrante do respeito social no Reino Unido e constitui uma violação à dignidade dos trabalhadores.


As balsas da P&O, Pride of Canterbury, Pride of Kent e Spirit of Britain, permanecem atracadas no Porto de Dover, em Kent, depois que a P&O Ferries suspendeu os trabalhos juntamente a 800 avisos de demissão.

A vem logo após a demissão uma jogada de mestre no xadrez num roque em passant.

A International Ferry Management (IFM) foi registrada em 11 de fevereiro em Malta no mês passado, apenas cinco semanas antes de 800 trabalhadores da P&O descobrirem que estavam sendo demitidos por uma mensagem de vídeo pré-gravada. O CEO da operadora de balsas, Peter Hebblethwaite, defendeu as demissões em massa como uma “decisão difícil, mas necessária”. A P&O Ferries “celebrou uma nova parceria com a International Ferry Management (IFM)” para fornecer os trabalhadores.

O sindicato ferroviário, marítimo e de transporte demostrou que os navios na rota Liverpool-Dublin agora são operados por filipinos com salários abaixo do salário mínimo. O estado mínimo na lei trabalhista do Reino Unido não apenas permitiu a demissão em massa de marítimos do Reino Unido, mas também incentivou esse comportamento bárbaro porque os empregadores sabem que pode não haver uma sanção efetiva para impedi-los de fazê-lo .

Em uma carta ao secretário de Transportes Grant Shapps, Mark Dickinson, da associação de marítimos Nautilus International, instou o governo a revogar todas as licenças da P&O Ferries para operar navios em águas britânicas e “perseguir qualquer opção legal disponível, incluindo processos criminais, pela falha da P&O em seguem sua obrigação estatutária de informar o Secretário de Estado antes de fazer demissões em massa”.

O procedimento da P&O expõe uma clara lacuna na lei trabalhista britânica. Demitir e recontratar é uma brecha legal que permite que empregadores contornem as proteções legais para os trabalhadores, isso nunca deveria ter sido permitido, por ser uma empresa com contratos governamentais.



E deveras colonial usar demissão e recontratação como tática de negociação para lucrar.

A empresa se desculpa alegando que entrou em contato, com apenas 261 dos 800, direto antes de demitir.

Os ingleses estão sentindo na pele as barbaridades, que sofrem os colonizados, e cobra de seus ministros, para que estes não devem lavar as mãos pelo de fato, de um estado estrangeiro demitir trabalhadores na Grã-Bretanha com empregos dignos socialmente e substituí-los por precarizados. Uma pequena amostra da política de Boris Johnson que deseja nivelar os direitos trabalhistas para a Grã-Bretanha pós-Brexit ser “o melhor lugar do mundo para trabalhar”. Ou o governo neoliberal inglês está trocando a dignidade social dos trabalhadores ingleses por alguns barris de petróleo.

Os trabalhadores e seus familiares foram as ruas em Dover.

A DP World, proprietária da P&O, anunciou lucros de US$ 896 milhões (£ 751 milhões) em 2021, acima dos US$ 846 milhões em 2020.

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