Estivadores marcham nas ruas das cidades portuárias alemãs exigindo mudanças nas condições de trabalho porque não têm dinheiro suficiente para alimentar suas famílias.
O movimento social na beira do cais continua em todos os portos marítimos alemães porque as negociações entre os empregadores e a Estiva ainda não produziram um resultado aceitável para ambos os lados. Em Hamburgo houve uma manifestação no centro da cidade, os estivadores saíram às ruas cerca de 5.000 apitos fizeram um coro de uma só nota contra a ganância dos lordes dos portos. “Nós somos o porto!” deixando claro que sem o trabalho árduo, exaustivo e perigoso dos estivadores, nada se moveria. No comício foram lidas mensagens de solidariedade e de apoio a luta por dignidade social dos estivadores da Holanda e da Itália, dos profissionais de saúde, dos metalúrgicos da fábrica da Airbus em Finkenwerder.
Estivadores
nos principais portos do Mar do Norte da Alemanha. Hamburgo, Emden,
Bremerhaven, Bremen, Brake e Wilhelmshaven deixaram claro a sua insatisfação
com a política neoliberal que da boa vida aos gestores a custa do suor da beira
do cais.
O presidente da associação patronal, Rainer Dulger, pediu a restrição do direito de greve. Talvez o que fosse necessário era um “estado nacional de emergência” que também quebrasse o direito de greve.
Como em todo
movimento social trabalhista no mundo as empresas pediram liminares para
encerrar o movimento social. Vários tribunais, de Bremen, Oldenburg e
Wilhelmshaven rejeitaram os pedidos de liminares de várias empresas portuárias
e declararam a greve de advertência, mesmo em sua extensão de 48 horas, legal.
Tribunais estes ocupados por funcionários públicos com responsabilidade social,
rejeitaram os argumentos empresariais.
O sindicato Verdi e a ZDS, a associação federal de empresas envolvidas no manuseio de mercadorias marítimas nos portos marítimos alemães, recentemente não conseguiram chegar a um compromisso salarial em uma sétima rodada de negociações que durou mais de oito horas.
O movimento
social somente durou 48 horas, mas jogou zinabre amplamente no manuseio de
carga nos principais portos, incluindo Hamburgo, Bremerhaven e Wilhelmshaven.
Existem 376
navios apenas no Porto de Hamburgo, com 76 programados para chegada, de acordo
com a Marine Traffic.
A Geodis
destacou o impacto potencial no frete marítimo e que a greve pode limitar os
serviços de transporte rodoviário e criar tráfego nos portos.
A greve é
sempre o último recurso, mas as soluções são concluídas na mesa de
negociações”, agora, era hora de voltar à mesa de negociação e usar às três
rodadas de negociações prescritas pelo tribunal para chegar a um acordo.
Para a
Associação Central de Operadores de Portos Marítimos. “Nós saudamos o acordo e
contamos com Verdi para dar passos construtivos nas futuras negociações para
chegar a um acordo”, disse a negociadora Ulrike Riedel.
Até agora,
sete rodadas de negociações não produziram nenhum resultado. O sindicato ver.di
está pedindo um acordo de um ano que inclui um aumento de 1,20 euros (dólares)
por hora para cerca de 12.000 estivadores em Hamburgo, Bremen e no estado da
Baixa Saxônia, além de um aumento de 7,4% para equilibrar a inflação.
Desde o
início das negociações, os estivadores têm repetidamente deixado claro que não
estão preparados para aceitar os ditames salariais da ZDS e que exigem uma
compensação adequada pela inflação diante dos rápidos aumentos de preços.
A associação
patronal dos operadores portuários desde o início das negociações empurrou com
a barriga dando de lado. Então, após uma longa hesitação, apresentou uma oferta
que representa uma redução maciça dos salários reais. O que se passou nas
últimas 48 nos portos alemães tem uma causa e ela está nos escritórios
aquecidos que vem de suas telas de computador as operações portuárias alemãs.
Apesar do excelente momento na beira do cais, pois, os lucros das empresas
alemãs estão estabelecendo novos recordes de lucro. No primeiro trimestre de
2022, seus lucros foram 21% maiores do que no mesmo trimestre do ano anterior.
As armadoras de contêineres também estão aproveitando a crise para obter lucros
maciços e as taxas de frete estão aumentando. No entanto, os trabalhadores
estão sendo sangrados.
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