9 de jul. de 2022

Justiça holandesa da vitória aos estivadores exigindo que os armadores utilizem seus serviços de lashing.

 Em 2020, os sindicatos ITF, FNV Havens e Nautilus NL processaram três companhias de navegação pelo cumprimento de uma cláusula do acordo do Fórum Internacional de Negociação de 2018 sobre "trabalho de não marítimos" ou "cláusula de estivadores". Pois, empregadores, armadores e afretadores se recusaram a cumprir, argumentando que a cláusula viola o direito da concorrência. Mesmo depois que a cláusula entrou em vigor em 2020, esses empregadores de transporte tinham o hábito de exigir que suas tripulações de navios realizassem o lashing em vez de contratar estivadores para fazer o trabalho.

                                        

O Tribunal Distrital de Rotterdam decidiu que as empresas que empregam marítimos devem garantir que o manuseio de carga seja realizado por trabalhadores portuários locais treinados. Isso garante trabalho para os estivadores nos terminais automatizados.

Esse entendimento pegou força após o acidente mortal a bordo do Maersk Patras em 2019, quando um segundo oficial caiu enquanto apeava contêineres em andamento e outras baixas que poderiam ter sido evitadas se os estivadores fizessem o trabalho.

Terminais automatizados e pressões da cadeia de suprimentos aumentaram esses perigos para a tripulação dos navios.

O risco portuário e uma realidade, e esta importante vitória na campanha pela segurança. A decisão do Tribunal Distrital de Rotterdam significa que as empresas que empregam marítimos em nome dos armadores devem garantir que o manuseio de carga seja realizado por estivadores locais treinados.

O tribunal enfatizou a importância da implementação adequada dos acordos alcançados através do diálogo social e a natureza vinculativa desses acordos.

O tribunal deixa claro que as partes estão vinculadas aos termos do acordo. Dado o peso atribuído ao diálogo social no seio da União Europeia e nas principais declarações das empresas – é da maior importância que o cumpram. Isso começa com os empregadores fazendo o que dizem que farão.

“Agora, é hora dos empregadores, particularmente os afretadores de transporte marítimo de curta distância, retornarem ao verdadeiro diálogo social e restaurar a boa-fé com os sindicatos, isso deve incluir o trabalho com os armadores para implementar a cláusula de trabalho dos estivadores.

Este é o resultado de anos de trabalho árduo do lado sindical e este veredicto representa uma vitória tanto para os marítimos quanto para os estivadores. Trata-se da segurança dos nossos trabalhadores e da obrigação dos fretadores de usar a mão de obra especializada dos estivadores e não explorar os marítimos.

Principais conclusões do caso:

A cláusula serve à segurança dos marítimos e protege os empregos dos estivadores.

A solidariedade entre estivadores e marítimos.

A Marlow deve garantir que a cláusula seja respeitada e cumprida pelos afretadores.

A importância do diálogo social é repetidamente destacada e a necessidade de que os acordos sejam honrados. Os armadores foram agora obrigados a cumprir a cláusula de amarração no porto de Rotterdam e nos portos estrangeiros.

Quem não luta nunca vai vencer. Este é o único resultado lógico do processo. Caso contrário, uma assinatura não valeria mais nada. Um acordo é um acordo.

 A briga judicial está em andamento em outros países contra as partes que não cumprem a cláusula de amarração.

https://www.itfglobal.org/en/news/victory-seafarers-safety-dutch-court-sides-unions-container-lashing

https://www.etf-europe.org/victory-for-seafarers-safety-as-dutch-court-sides-with-unions-on-container-lashing/?fbclid=IwAR0ySwV4WA2Zv5N_osSONkDoTAAKYeV4b2Q5GyXuyOIUZhJuqjUvuJAUWA0

https://maritime-executive.com/article/itf-wins-suit-protecting-the-right-of-dockers-to-perform-lashing-work

https://www.nautilusint.org/en/news-insight/news/legal-victory-for-unions-in-port-of-rotterdam-lashing-case/

Um comentário:

  1. Excelente briga e conquista "do resultado de anos de trabalho árduo do lado sindical" europeu!
    Certamente todos os estivadores, e trabalhadores congêneres, assim como as suas famílias, ganharão com essa decisão!

    Em sentido oposto à essa decisão, aqui em Rio Grande - RS, há questão de sete ou oito anos, anualmente, ou sempre que o sindicato dos estivadores assina um acordo coletivo de trabalho com o terminais de conteineres local, em vez de garantir o trabalho para os estivadores, assina cláusula em que abre mão do trabalho de lashing/conexo, onde estas funções essenciais na atracação e desatracação, quando o navio chega e quando vai embora, são desempenhadas por trabalhadores celetistas, funcionários do terminal de contêineres, trabalhadores estes que, inclusive, já ingressaram na justiça no intuito de receber remuneração idêntica a dos estivadores, por desempenharem as suas funções.

    Também, pasmem, esses trabalhadores possuem a formação em básica do curso de peação e despeação de cargas - CPDC, com a chancela da DPC - Marinha do Brasil, ou seja, eles estão habilitados pela Marinha, da mesma forma que os estivadores estão!

    Então, enquanto o sindicato europeu briga pela manutenção do mercado de trabalho legalmente atribuído aos estivadores de lá, em Rio Grande - RS, as diretorias o entregam de "mão beijada" (será???), ao terminal de conteineres.

    E ainda falam que brigam pela categoria!!!!

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